quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

27 ANOS DE PESQUISAS MUSICAIS



Há 27 anos minhas pesquisas musicais começaram oficialmente. 
Era 24 de dezembro de 1988. Eu tinha 13 anos de idade.

Já faziam alguns meses que eu buscava um novo tipo de música, mas, não sabia onde encontrar. Nessa época, estava passando a novela Vida Nova, na Rede Globo, onde a história se passava na década de 1940. Lembro que o que mais me fascinava, fora a recriação de época, eram as músicas que saiam dos rádios capelinhas, aquelas caixas de madeiras bem trabalhadas. Era um som abafado, diferente dos sucessos dos anos 80 que eu conhecia. A música era acompanhada de orquestra.

Lembro das músicas que tocavam nas cenas, como Deusa da Minha Rua interpretada por Sílvio Caldas (descobri o nome da canção e do cantor depois), e achava bonita, era algo com que eu me identificava. Por mais que eu gostasse dos sucessos pop´s, de Cyndi Lauper por exemplo, faltava algo. Eu não sabia identificar o quê. Depois de comprar o LP da novela, passei a buscar por mais músicas daquele estilo. Lembrei de uma cantora cuja imagem eu conhecia desde criança, principalmente dos tempos de carnaval: Carmen Miranda.
Eu pensava: essa cantora é do passado, cantava Mamãe eu Quero e Tico tico no Fubá, então, parece ser o que eu procuro.
E lá fui eu buscar a Carmen que o mundo conhecia.

Ao chegar na loja Francinet Discos, situada no primeiro Shopping de Fortaleza, o Center Um, eu encontrei dois LPs que me chamaram a atenção. O de Carmen e o de Dalva de Oliveira. Fui ouvir os dois. Porém, como meus ouvidos ainda não estavam educados e o disco da Carmen trazia suas gravações iniciais, feitas em 1930, eu estranhei. Afinal, buscava a Carmen de Mamãe eu Quero... Fui ouvir o de Dalva, onde ela era acompanhada pelo maestro Roberto Inglez. O LP da Revivendo trazia doze músicas que ela havia gravado em Londres no ano de 1952. Eu gostei do som, pois parecia o que saia dos rádios na novela. Era dia 23 de dezembro e, como sempre, eu demorava para escolher meu presente de Natal (até hoje é assim). Mas, foi esse disco que escolhi e ganhei de meus pais no dia 24. No dia seguinte, 25, ouvindo as faixas, decidi procurar por mais músicas e intérpretes desse estilo.

Finalmente eu havia me encontrado culturalmente e aquela sensação de vazio havia sumido. Era isso que eu buscava!
Com o tempo, fui educando meus ouvidos e, a medida que voltava no tempo, mais gostava das gravações. Logo depois, veio Carmen Miranda em sua fase brasileira e, quando ouvi novamente, me apaixonei. Francisco Alves, Mário Reis também chegaram. Aracy Côrtes chegou reinando absoluta em minha imaginação e ouvidos e, depois, veio Pepa Delgado, mas, conto essas histórias depois.

Após meu pai gravar a fita desse disco, eu ouvia o tempo todo. Kalu não saia do rádio, nem Ai Ioiô. Os parentes tomaram conhecimento e começaram a lembrar de músicas e intérpretes.


Lembro até hoje que o ambiente mudou, o som fazia com que tudo ficasse mágico. É uma sensação e lembrança que não sei descrever bem, mas, posso garantir que foi muito marcante e especial.
Agora, vamos ouvir a Dalva de Oliveira.

Obs. Alguns trechos da gravação podem apresentar defeitos.






Revivendo DALVA DE OLIVEIRA

COM ROBERTO INGLEZ E SUA ORQUESTRA



LADO A
Fim de Comedia, Carinhoso, Brasil Saudoso, Encontrei Afinal, Sem Êle, Noite de Natal

LADO B
Kalú, Fôlha Morta, Pequña, Distancia, Ai Yôyô (Linda Flôr), Lindo Presente






























































































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