Alfredo
da Rocha Vianna nasceu no Rio de Janeiro (RJ), em 23 de abril de 1897, filho de
Raimunda da Rocha Vianna e Alfredo da Rocha Vianna. Seu pai, além de
funcionário dos Correios e Telégrafos, era músico amador, promovendo em sua
casa várias reuniões com músicos e chorões, como Irineu de Almeida, Neco,
Quincas Laranjeiras e seu amigo Carlos Espíndola, pai da futura cantora Aracy
Côrtes, que participava ainda menina das reuniões, dançando com sua irmã Dalva enquanto
os rapazes faziam a música.
Ele também era flautista, orquestrador, regente e saxofonista.
Ele também era flautista, orquestrador, regente e saxofonista.
Várias
versões explicam o surgimento do nome Pixinguinha. Para uns, foi sua prima Eurídice
quem o batizou como Pizindim ou Pizinguim (menino bom). Chegou a estudar no
Colégio São Bento, onde foi sacristão. Através de seus irmãos, iniciou-se na
música, passando a acompanhar seu pai, que o levava aos bailes. Era irmão do
músico e compositor China (Otávio Vianna).
Ainda
adolescente gravou seus primeiros discos, fazendo parte do Choro Carioca,
comandado por Irineu de Almeida, onde tocava flauta. O registro se deu em 1911
na gravadora Favorite Record, com a polca de Guilherme Cantalice, Nhonhô no
Sarilho, onde seus irmãos China e Léo também faziam parte. Com apenas 16 anos
foi levado pelo violonista Tute (Arthur Nascimento) para substituir o flautista
Antônio Maria Passos na orquestra do Cine Teatro Rio Branco. Mesmo com a relutância
de um dos sócios, Sr. Auler, em empregar um rapaz muito jovem, o sucesso de
suas interpretações garantiram-lhe o emprego. Também tomou parte no Grupo do
Caxangá, organizado pelo compositor e violonista João Pernambuco.
O
grupo mais famoso, que ele ajudou a criar, foi Os Oito Batutas, que era uma
continuação reduzida do Grupo do Caxangá. Os Oito Batutas foi contratados para
tocar na sala de espera do Cinema Palais, cujo gerente era Isaac Frankel.
Porém, o conjunto fez muito sucesso, tornando-se uma atração à parte e fazendo
mais sucesso que os filmes. Em 28 de janeiro de 1922 os batutas embarcaram para
Paris, patrocinados por Arnaldo Guinle, seu fã. Mas, só viajaram sete
integrantes, por razão que foram apresentados como Os Batutas, ou Les Batutas:
Pixinguinha, Donga, China, Nelson Alves, José Alves de Lima, José Monteiro, na
voz e ritmo, e Jacó Palmieri. O oitavo batuta era J. Thomaz, que não viajou por
estar doente e não foi substituído. Com novos integrantes, como Josué de Barros
ao violão e J. Ribas ao piano, o grupo viajaria ainda em 1922 para Buenos
Aires, onde faria algumas gravações em 1923.
Em
1926, Pixinguinha atuou como regente na célebre Companhia Negra de Revistas,
criada e dirigida por De Chocolat, que era composta por artistas negros
marginalizados pelas outras companhias teatrais da época. Nessa companhia fazia
parte estrelas como Rosa Negra e Dalva Espíndola, irmã de Aracy Côrtes. Também
nessa empresa teatral, ele conheceria sua futura esposa, a atriz Jandyra
Aymoré, nome artístico de Albertina da Rocha, a Bety, que seria sua companheira
pelo resto da vida.
A
vida e carreira de Pixinguinha é riquíssima. Ele continuaria compondo e
gravando, bem como sendo regente de gravadoras como a Victor, conduzindo as
competentes orquestras Diabos do Céu e Orquestra Victor Brasileira, além de outras.
Teve por parceira apenas uma mulher, a cantora Carmen Miranda, no samba Os Home
Implica Comigo, gravado por ela em 1930. Suas composições foram gravadas por
vários intérpretes ao longo das décadas, atravessando gerações. Em meados dos
anos 40 gravou ao saxofone várias peças ao lado de Benedito Lacerda, um
memorável encontro. Suas composições mais conhecidas são Rosa e Carinhoso. Rosa
foi gravada originalmente pelo Choro Pixinguinha em 1917, recebendo letra
posteriormente de Otávio de Souza e gravada em 1937 por Orlando Silva.
Carinhoso foi gravado originalmente em 1928 na Parlophon, como choro, pela
Orquestra Típica Pixinguinha-Donga, recebendo o título de Carinhos; João de
Barro lhe deu letra e Orlando Silva o gravou em 1937, como samba estilizado, na
Victor com o título de Carinhoso.
Sendo
inspiração e referência para inúmeros artistas, Pixinguinha faleceu em 17 de
fevereiro de 1973, no Rio de Janeiro, vitima de problemas cardíacos, durante a
cerimônia de batismo do filho de um amigo, em Ipanema. Ele tinha 75 anos.
![]() |
PIXINGUINHA Revista Carioca, 1936. Arquivo Nirez |
Vamos ouvir várias gravações com a participação de Pixinguinha como intérprete ou como compositor. Trago algumas de suas gravações no Choro Carioca, em solos de flauta e tocando saxofone na companhia de Benedito Lacerda, na flauta. As outras gravações foram feitas por intérpretes dos anos 20 e 30 que registram a obra de Pixinguinha.
PIXINGUINHA COMO INTÉRPRETE
NHONHÔ EM SARILHO
Polca
de Guilherme Cantalice
Gravada
pelo Choro Carioca
Disco
Favorite Record 1-450-002, matriz 11129
Gravado
em lançado em 1911
NININHA
Polca
de Irineu de Almeida
Gravada
pelo Choro Carioca
Disco
Favorite Record 1-450.004
Gravado
em lançado em 1911
DAINÉIA
Polca
de Irineu de Almeida
Gravada
pelo Choro Carioca
Disco
Favorite Record 1-450.005
Gravado
em lançado em 1911
SÃO JOÃO DEBAIXO D´ÁGUA
Tango
de Irineu de Almeida
Gravada
pelo Choro Carioca
Disco
Favorite Record 1-450.006, matriz 11141
Gravado
em 08 de maio de 1911 lançado nesse mesmo ano
TAPA BURACO
Choro
de Alfredo Viana (Pixinguinha)
Gravado por Pixinguinha na flauta
Gravado por Pixinguinha na flauta
Acompanhamento
do Grupo dos Ases
Disco
Odeon Record 123.067
Gravado
em lançado em 1926
INFANTIL
Choro
de Alfredo Viana (Pixinguinha)
Gravado por Pixinguinha na flauta
Gravado por Pixinguinha na flauta
Acompanhamento
de violão e cavaquinho
Disco
Odeon 10.158-A, matriz 1568
Lançado
em abril de 1928
VAMOS BRINCAR
Choro
de A. Viana (Pixinguinha)
Gravado por Pixinguinha na flauta
Gravado por Pixinguinha na flauta
Acompanhamento
de violão e cavaquinho
Disco
Odeon 10.163-A, matriz 1566
Lançado
em maio de 1928
AINDA EXISTE
Choro
de Alfredo da Rocha Viana (Pixinguinha)
Gravado por Pixinguinha na flauta
Gravado por Pixinguinha na flauta
Acompanhamento
de violão e cavaquinho
Disco
Odeon 10.163-B, matriz 1567
Lançado
em maio de 1928
RECORDANDO
Choro
de Alfredo Viana (Pixinguinha)
Gravado por Pixinguinha na flauta
Gravado por Pixinguinha na flauta
Acompanhamento
de Tute ao violão e Luperce Miranda ao bandolim
Disco
Odeon 11.204-A, matriz 4869
Gravado
em 19 de junho de 1934 e lançado em março de 1935
SEGURA ELE
Choro
de Benedito Lacerda e Pixinguinha
Gravado
por Pixinguinha ao saxofone e Benedito Lacerda na flauta
Acompanhamento
de Regional
Disco
Victor 80-0447-B, matriz S-078520-1
Gravado
em 20 de maio de 1946 e lançado em outubro
URUBATAN
Choro
Estilizado de Benedito Lacerda e Pixinguinha
Gravado
por Pixinguinha ao saxofone e Benedito Lacerda na flauta
Acompanhamento
de Regional
Disco
Victor 80-0534-A, matriz S-078535-1
Gravado
em 04 de junho de 1946 e lançado em agosto de 1947
UM A ZERO (1 X 0)
Choro
de Benedito Lacerda e Pixinguinha
Gravado
por Pixinguinha ao saxofone e Benedito Lacerda na flauta
Acompanhamento
de Regional
Disco
Victor 80-0442-A, matriz S-078543-1
Gravado
em 12 de junho de 1946 e lançado em setembro
OS OITO BATUTAS (OS 8 BATUTAS)
Choro
de Benedito Lacerda e Pixinguinha
Gravado
por Pixinguinha ao saxofone e Benedito Lacerda na flauta
Acompanhamento
de Regional
Disco
Victor 80-0584-B, matriz S-078735-1
Gravado
em 28 de março de 1947 e lançado em 1948
SOLUÇOS
Choro
de Benedito Lacerda e Pixinguinha
Gravado
por Pixinguinha ao saxofone e Benedito Lacerda na flauta
Acompanhamento
de Regional
Disco
Victor 80-0654-A, matriz S-078857
Gravado
em 04 de abril de 1949 e lançado em junho de 1950
PIXINGUINHA COMO COMPOSITOR
PROMESSA
Samba
de Pixinguinha
Gravado
por Benício Barbosa
Acompanhamento
da Orquestra Típica Pixinguinha-Donga
Disco
Parlophon 12.865-A, matriz 2029
Gravado
em outubro de 1928 e lançado em novembro
ONDE FOI ISABÉ
Embolada
de Pixinguinha
Gravada
por Patrício Teixeira
Acompanhamento
da Orquestra Típica Pixinguinha-Donga
Disco
Parlophon 12.917-A, matriz 2285
Lançado
em março de 1929
SAUDADE DE PIERRÔ
Samba
de Pixinguinha e Cândido das Neves
Gravado
por Arthur Costa
Acompanhamento
da Orquestra Brunswick
Disco
Brunswick 10.039-A, matriz 270
Lançado
em março de 1930
OS HOME IMPLICA COMIGO
Samba
de Pixinguinha e Carmen Miranda
Gravado
por Carmen Miranda
Acompanhamento
de clarinetas e violões
Disco
Victor 33.331-A, matriz 50344-2
Gravado
em 21 de junho de 1930 e lançado em setembro
JÁ ANDEI
Batucada
de Pixinguinha, Donga e João da Baiana
Gravada
por Zaíra de Oliveira e Francisco Sena
Acompanhamento
do Grupo da Guarda Velha
Disco
Victor 33.509-A, matriz 65300-2
Gravado
em 24 de novembro de 1931 e lançado em janeiro de 1932
O MEU CONSELHO
Samba
de Pixinguinha
Gravado
por Leonel Faria
Acompanhamento
de Simão e Sua Orquestra Columbia
Disco
Columbia 22.005-B, matriz 380954
Lançado
em janeiro de 1931
CARINHOSO
Samba
Estilizado de Pixinguinha e João de Barro
Gravado
por Orlando Silva
Acompanhamento
do Conjunto Regional RCA Victor
Disco
Victor 34.181-A, matriz 80423-1
Gravado
em 28 de maio de 1937 e lançado em julho
YAOU AFRICANO
Lundu
de Pixinguinha e Gastão Viana
Acompanhamento
do Conjunto Regional RCA Victor
Disco
Victor 34.346-A, matriz 80775-1
Gravado
em 29 de abril de 1938 e lançado em agosto
MULATA BAIANA
Samba
Jongo de Pixinguinha e Gastão Viana
Acompanhamento
do Conjunto Regional RCA Victor
Disco
Victor 34.346-B, matriz 80776-1
Gravado
em 29 de abril de 1938 e lançado em agosto
VOCÊ NÃO DEVE BEBER
Samba
de Pixinguinha e Manoel Ribeiro
Gravado
por Edmundo Silva
Acompanhamento
de Coro Victor e Orquestra
Disco
Victor 34.568-B, matriz 33295-1
Gravado
em 24 de novembro de 1939 e lançado em janeiro de 1940
Agradecimento ao Arquivo Nirez
Fonte: dicionariompb.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário