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Sinhô em 1926, na ocasião do lançamento do maxixe Pega-Rapaz. Arquivo Almirante - Museu da Imagem e do Som Livro Nosso Sinhô do Samba, de Edgard de Alencar. Arquivo Marcelo Bonavides |
Há
88 anos falecia o compositor e pianista SINHÔ (JOSÉ BARBOSA DA SILVA), O Rei do Samba.
José Barbosa
da Silva nasceu em 08 de setembro de 1888, na Rua Riachuelo, casa nº 90, no
centro do Rio de Janeiro. Sua mãe se chamava Graciliana Silva e seu pai,
Ernesto Barbosa da Silva, de apelido Tené, que trabalhava como pintor e
decorador de paredes de botequins e de clubes dançantes. A família ainda
contava com mais dois filhos, Ernesto (apelidado de Caboclo) e Francisco, filho
adotivo.
Sinhô morou
também na Rua Senador Pompeu, nº 114, onde era amigo e brincava com os futuros
sambistas João da Baiana e Caninha.
Quando estava
com dezessete anos, apaixonou-se por Henriqueta Ferreira, portuguesa que era
casada. Porém, ela resolveu morar com Sinhô, tendo o casal três filhos: Durval,
Odalis e Ida. Mas, em 1914, Henriqueta faleceu, ficando o companheiro viúvo aos
26 anos de idade.
Em 1910, Sinhô
já era conhecido como pianista profissional, tocando em várias agremiações
musicais dançantes e carnavalescas de seu tempo, como o Rancho Ameno Resedá
(que ajudou a fundar em 1907) e a Sociedade Dançante Carnavalesca Kananga do
Japão (que seu pai ajudou a fundar e que tinha o estandarte pintado por ele).
Em 1989, na novela Kananga do Japão, exibida pela Rede Manchete, Sinhô seria
interpretado pelo ator Paulo Barbosa.
Em 1918, ele
teve sua primeira composição editada e gravada: o samba Quem são eles?, registrado pelo cantor Bahiano. Essa composição
daria início a uma das primeiras polêmicas musicais de nossa música, envolvendo
Sinhô, Donga e Pixinguinha.
Em 1920,
obteve sucesso com as músicas Papagaio
Louro, samba satirizando Ruy Barbosa, e O
Pé de Anjo, marcha que satirizava os avantajados pés do irmão de
Pixinguinha, o também músico China. As duas músicas foram gravadas em outubro
de 1919, juntamente com o samba (também de Sinhô) Alivia esses olhos, por um jovem cantor que já atuava no teatro de
revista, porém, gravava seu primeiro disco: Francisco Alves, o futuro Rei da
Voz. A gravadora era a Popular, do companheiro de Chiquinha Gonzaga, João
Gonzaga, que ficava no quintal da residência do casal.
O Pé de Anjo ainda seria o título do grande
sucesso teatral de 1920, na revista homônima estrelada por Otília Amorim e
Alfredo Silva, que ainda trazia no elenco Júlia Martins e Henriqueta Brieba.
No final da
década de 1910 e ao longo da década de 1920 a popularidade de Sinhô aumentou
muito, suas músicas faziam bastante sucesso no teatro de revista e nos discos,
sendo interpretadas pelos grandes destaques da época: Eduardo das Neves,
Bahiano, Fernando, Gustavo Silva, Pedro Celestino, Aracy Côrtes, Rosa Negra,
Francisco Alves, Mário Reis, entre outros.
Com tanto
sucesso, a intelectualidade paulistana, representada por Oswald de Andrade, o
coroou Rei do Samba em uma solenidade realizada em 1927.
No final dos
anos 20, emplacou sucessos conhecidos até hoje, como o samba Jura, imortalizado nos palcos e disco
por Aracy Côrtes, que também foi gravado Mário Reis e bem recebido pelo público.
Sinhô sofria
de tuberculose e veio a falecer vitimado por uma hemoptise a bordo da Barca
Sétima indo para o Rio de Janeiro (na época, ele morava na Ilha do Governador),
em 04 de agosto de 1930, pouco antes de completar 42 anos.
Seu velório e
enterro foram muito concorridos, sendo registrado pelo poeta Manuel Bandeira,
onde estavam presentes os grandes admiradores do compositor: malandros,
macumbeiros, prostitutas, seresteiros, baianas vendedoras de doces, artistas de
teatro, músicos, entre outros.
Já
homenageamos Sinhô em outras ocasiões, confiram:
Sinhô e Suas
Intérpretes - http://bit.ly/2LTRpzW
Sinhô, 83 anos
sem o Rei do Samba - http://bit.ly/2O7FgUo
Sinhô, 84 anos
de Saudade - http://bit.ly/2LOuZzK
Sinhô, 85 anos
de Saudade - http://bit.ly/2M0ucLr
Sinhô, 86 anos
de Saudade - http://bit.ly/2naJBuI
Para relembrar
Sinhô trago 21 gravações de suas composições realizadas entre 1918 e 1931.
QUEM SÃO ELES?
Samba de Sinhô
(José Barbosa da Silva)
Gravado por
Bahiano
Acompanhamento
de Conjunto e Coro
Disco Odeon
Record 121.445
Lançado em
1918
CONFESSA MEU BEM
Samba
Carnavalesco de Sinhô (José Barbosa da Silva)
Gravado por
Eduardo das Neves
Acompanhamento
de Conjunto
Disco Odeon
Record 121.528
Lançado em
1919
DEIXE DESSES COSTUMES
Samba
Carnavalesco de de Sinhô (José Barbosa da Silva)
Gravado por
Eduardo das Neves
Acompanhamento
de Conjunto
Disco Odeon
Record 121.529
Lançado em
1919
SÓ POR AMIZADE
Samba
Carnavalesco de Sinhô (José Barbosa da Silva)
Gravado por
Eduardo das Neves
Acompanhamento
de violão
Disco Odeon
Record 121.530
Lançado em
1919
O PÉ DE ANJO
Marcha
Carnavalesca de Sinhô (José Barbosa da Silva)
Gravada por
Francisco Alves
Acompanhamento
do Grupo dos Africanos
Disco Popular
Record 1.008, matriz 1008-2
Gravado em
outubro de 1919 e lançado em 1929
SAI DA RAIA
Marcha de
Sinhô (José Barbosa da Silva)
Gravada por
Bahiano
Disco Odeon
Record 122.492
Lançado em
1923
DOR DE CABEÇA
Maxixe de
Sinhô (José Barbosa da Silva)
Gravado por
Fernando
Acompanhamento
do Jazz Band Sul Americano Romeu Silva
Disco Odeon
Record 122.760
Lançado em
1925
CANECA DE COURO
Maxixe de
Sinhô (José Barbosa da Silva)
Gravado por
Fernando
Acompanhamento
de Coro
Disco Odeon
Record 122.783
Lançado em
1925
CABEÇA DE ÁS
Maxixe de
Sinhô (José Barbosa da Silva)
Gravado por
Fernando
Acompanhamento
da Jazz-Band Sul Americana
Disco Odeon Record
122.920
Lançado em
1925
ALEGRIAS DE CABOCLO
Toada
Sertaneja de Sinhô (José Barbosa da Silva)
Gravada por
Gustavo Silva
Disco Odeon
Record 123.220, matriz 1048
Lançado em
1927
ORA VEJAM SÓ
Samba de Sinhô
(José Barbosa da Silva)
Gravado por
Francisco Alves
Acompanhamento
da Orquestra Pan American do Cassino Copacabana
Disco Odeon
Record 123.273, matriz 1097
Lançado em
janeiro de 1927
A FAVELA VAI ABAIXO
Samba de Sinhô
(José Barbosa da Silva)
Gravado por
Francisco Alves
Acompanhamento
da Orquestra Pan American do Cassino Copacabana
Disco Odeon
10.096-A, matriz 1441
Lançado em
janeiro de 1928
AMAR A UMA SÓ MULHER
Samba Canção Sinhô
(José Barbosa da Silva)
Gravado por
Francisco Alves
Acompanhamento
da Orquestra Pan American do Cassino Copacabana
Disco Odeon
10.119-B, matriz 1496
Lançado em
fevereiro de 1928
QUE VALE A NOTA SEM O CARINHO DA MULHER
Samba de Sinhô
(José Barbosa da Silva)
Gravado por
Mário Reis
Acompanhamento
de dois violões
Disco Odeon
10.224-A, matriz 1741-I
Lançado em
agosto de 1928
JURA
Samba de Sinhô
(José Barbosa da Silva)
Gravado por
Aracy Côrtes
Acompanhamento
de Simão Nacional Orquestra
Disco Parlophon
12.868-A, matriz 2071
Lançado em
novembro de 1928
JURA
Samba de Sinhô
(José Barbosa da Silva)
Gravado por
Mário Reis
Acompanhamento
da Orquestra Pan American
Disco Odeon
10.278-A, matriz 2070
Lançado em
novembro de 1928
CANSEI
Samba Canção
de Sinhô (José Barbosa da Silva)
Gravado por
Mário Reis
Acompanhamento
da Orquestra Pan American
Disco Odeon
10.459-B, matriz 2813
Lançado em
agosto de 1929
CAUHÃ
Valsa de Sinhô
(José Barbosa da Silva)
Gravada por
Januário de Oliveira
Acompanhamento
de Orquestra
Disco Columbia
5.215-B, matriz 380671
Lançado em
junho de 1930
RECORDAR É VIVER
Canção de Sinhô
(José Barbosa da Silva)
Gravada por
Sílvio Caldas
Acompanhamento
de Henrique Vogeler ao piano
Disco
Brunswick 10.078-A, matriz 374
Lançado em
agosto de 1930
AMOR DE POETA
Samba Canção de
Sinhô (José Barbosa da Silva)
Gravado por
Sílvio Caldas
Acompanhamento
de Henrique Vogeler ao piano
Disco
Brunswick 10.078-B, matriz 375
Lançado em
agosto de 1930
MEUS CIÚMES
Choro Canção
de Sinhô (José Barbosa da Silva)
Gravado por
Yolanda Osório
Acompanhamento
da Orquestra Brunswick
Disco
Brunswick 10.149-A, matriz 569
Lançado em
1931
Agradecimento ao Arquivo Nirez
Fonte: dicionariompb.com.br
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