A data de hoje, 14
de fevereiro, marca o nascimento ou falecimento dos seguintes artistas: CARMÉLIA
ALVES, VIOLETA CAVALCANTI e JACOB DO BANDOLIM.
CARMÉLIA
ALVES
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CARMÉLIA ALVES
Carioca, 1948 http://memoria.bn.br |
Carmélia
Alves Curvello nasceu no Rio de Janeiro em 14 de fevereiro de 1923. Era filha
de Adelina e Raimundo. Sua mãe era baiana e seu pai, cearense. Era a terceira
filha do casal. Ainda pequenina, foi morar com a família em Areal, localidade
de Petrópolis, onde se criou. Seu pai a embalava com canções nordestinas.
Aos
17 anos de idade, Carmélia voltou a morar no Rio de Janeiro para estudar, indo
morar na casa de parentes. Interessada por música ficava encantada ao ouvir no
rádio as músicas cantadas por Carmen Miranda, de quem se tornou fã. Incentivada
por seu irmão, que achava que ela tinha uma bela voz, participou de diversos
programas de calouros, sendo aprovada em todos, inclusive no de Ary Barroso,
que era o mais exigente para com os aspirantes a cantores.
Sua
carreira como cantora teve início em 1940, quando Barbosa Júnior a contratou
para se apresentar, com cachê fixo, no programa Picolino, cantando músicas
do repertório de Carmen Miranda. Em meados de 1940, participou do programa
Casé, substituindo uma cantora. Ouvida por César Ladeira, diretor da Rádio
Mayrink Veiga, foi contratada por ele, que buscava uma substituta para Carmen
Miranda, que havia ido morar nos EUA.
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CARMÉLIA ALVES
Fon Fon, 1941 http://memoria.bn.br |
Na
Mayrink Veiga, Carmélia Alves ganhou um programa semanal, ganhando 800 mil-réis
por mês, uma ‘fortuna” para a época.
No
ano seguinte, 1941, foi contratada como crooner do Copacabana Palace, ganhando
100 mil-réis por dia, apresentando-se no programa Ritmos da Panair, que era
apresentado por Murilo Neri e transmitido por todo o Brasil pela Rádio
Nacional.
Foi
nesse ano de 1941 que ela foi considerada pela crítica especializada do Rio de
Janeiro como a melhor crooner.
Também,
nesse ano, conheceu no Copacabana Palace, José Andrade Nascimento Ramos,
paulista de Franca, que se apresentava como Jimmy Lester, cantando músicas
americanas. Ela e Jimmy se casaram em três meses.
Nos
discos, participou do coro de alguns artistas, como na gravação da marcha Aurora,
gravada por Joel & Gaúcho, e em várias gravações de Benedito Lacerda na RCA
Victor, sempre no coro.
Seu
primeiro disco foi gravado em 1943 pela Victor e ela teve que financiá-lo com
400 mil-réis de suas economias. Contou com a ajuda do amigo Benedito Lacerda,
que a acompanhou, juntamente com os músicos de seu regional, sem que ninguém
cobrasse nada. Vários artistas também participaram do coro, como Elizeth
Cardoso, Cyro Monteiro e Nelson Gonçalves. De um lado, Carmélia registrou a
batucada de Assis Valente, Quem dorme no ponto é chofer, e o
samba Deixei de sofrer, de Horondino Silva e Popeye do Pandeiro.
Mesmo
com o sucesso do disco, afastou-se um período de gravações, excursionando pelo
Brasil com o marido, retornando ao Rio de Janeiro em 1948, retomando seu posto
da Rádio Mayrink Veiga.
Voltou
a gravar em 1949 pela Continental. No primeiro disco de seu retorno às
gravações, trazia o samba Diga que sim, de Roberto Martins e Ari
Monteiro.
Ao
longo da década de 1950 continuou a ser uma das mais populares cantoras de
nossa música, interpretando vários ritmos, entre eles o baião. Segundo o
Dicionário Ricardo Cravo Albin da Música Popular Brasileira, “de 1950 a 1954,
manteve-se na gravadora continental, na Rádio Nacional e no topo das paradas
como Rainha do Baião”.
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CARMÉLIA ALVES
Carioca, 1942 http://memoria.bn.br |
Em
1940, no início de sua carreira, a revista Carioca publicou uma matéria sobre
Carmélia Alves cujo título era Nasce uma Estrela. O artigo afirmava que a
nova cantora era uma legítima representante do sambinha nacional, com uma voz
tão agradável como a de Carmen Miranda, “com balagandãs e tudo...”. Falava de
seu contrato com a Rádio nacional, PRE-8, e sobre seu início como artista. Ela
respondeu: “Nasci em Bangú, mas torço pelo Flamengo. [...] Tive inicio no radio
ha bem pouco tempo: em abril deste mesmo ano (1940, nota nossa). Antes cantava
comigo mesma. Muita gente pensa para si mesma; eu pensava cantando... E
continuo a pensar... Enfrentei pela primeira vez um microfone no tradicional
‘Picolino’, do querido ‘Brabosa’. Ele parece que me achou qualquer coisa digna
de ser aproveitada – e eu continuei a cantar, de dia, aquí (sic), na PRE-8.
Depois... [...] cantei no ‘Programa Casé’, e estive a pique de ir parar na
Radio Mayrink Veiga. Todavia o contrato da Nacional chegou antes; e fiquei
satisfeita, porque foi aqui que iniciei a minha carreira”.
Em
1942, em uma nova reportagem de Carioca, Carmélia Alves já era contratada da
Rádio Mayrink Veiga.
Carmélia
Alves continuou sua carreira, apresentando-se em shows, até pouco antes de
falecer, no Rio de Janeiro, em 03 de novembro de 2012, aos 89 anos de idade.
DEIXEI DE SOFRER
Samba de Horondino Silva (Dino) e Popeye do Pandeiro
Gravado por Carmélia Alves
Acompanhamento de Benedito Lacerda e Seu Conjunto
Disco Victor 80-0132-A, matriz S-052838-1
Gravado em 22 de setembro de 1943 e lançado em dezembro
QUEM DORME NO PONTO É CHOFER
Batucada de Assis Valente
Gravada por Carmélia Alves
Acompanhamento de Benedito Lacerda e Seu Conjunto
Disco Victor 80-0132-B, matriz S-052839-1
Gravado em 22 de setembro de 1943 e lançado em dezembro
DIGA QUE SIM
Samba de Roberto Martins e Ari Monteiro
Gravado por Carmélia Alves
Acompanhamento de Fats Elpídio e Seu Ritmo
Disco Continental 16.048-A, matriz 2066
Lançado em maio/junho de 1949
CORAÇÃO MAGOADO
Samba de Roberto Martins
Gravado por Carmélia Alves
Acompanhamento de Severino Araújo e Sua Orquestra
Disco Continental 16.151-B, matriz 2224
Gravado em 21 de novembro de 1949 e lançado em janeiro de 1950
VOLTA
Samba de Roberto Martins e Lamartine Babo
Gravado por Carmélia Alves
Acompanhamento de Severino Araújo e Sua Orquestra
Disco Continental 16.298-A, matriz 1410
Gravado em 1950 e lançado em setembro/outubro de 1950
O BAIÃO EM PARIS
Baião de Humberto Teixeira
Gravado por Carmélia Alves
Acompanhamento de Vero e Seu Conjunto
Disco Continental 16.360-A, matriz 1545
Gravado em 29 de janeiro de 1951 e lançado em março/abril
ADEUS, ADEUS MORENA
Baião de Manezinho Araújo e Hervê Cordovil
Acompanhamento de Vero e Seu Conjunto
Disco Continental 16.360-B, matriz 2546
Gravado em 29 de janeiro de 1951 e lançado em março/abril
CABEÇA INCHADA
Baião de Hervê Cordovil
Gravado por Carmélia Alves
Acompanhamento de Orquestra
Disco Continental 16.378-A, matriz 2588
Gravado em 27 de março de 1951 e lançado em maio
EH BOI
Baião de Hervê Cordovil
Gravado por Carmélia Alves
Acompanhamento de Orquestra
Disco Continental 16.378-B, matriz 2589
Gravado em 27 de março de 1951 e lançado em maio
ESTA NOITE SERENOU
Toada Baião de Hervê Cordovil
Gravada por Carmélia Alves
Acompanhamento de Orquestra
Disco Continental 16.453-A, matriz 2669
Gravado em 1951 e lançado em outubro/dezembro
VIOLETA
CAVALCANTI
Violeta
Cavalcanti nasceu em Manaus (AM), em 01 de 07 de 1923.
Foi uma das grandes cantoras dos anos 30 e 50 no Brasil.
Violeta Cavalcanti faleceu no Rio de Janeiro em 14 de fevereiro de 2014, aos 90 anos de idade.
VOU SAIR DE PAI JOÃO
Marcha de J. Cascata e Leonel Azevedo
Gravada por Violeta Cavalcanti
Acompanhamento de Orquestra
Disco Victor 34.562-A, matriz 33284-1
Gravado em 21 de novembro de 1939 e lançado em janeiro de 1940
PULO DO GATO
Marcha de J. Cascata e Correia da Silva
Gravada por Violeta Cavalcanti
Acompanhamento de Orquestra
Disco Victor 34.562-B, matriz 33285-1
Gravado em 21 de novembro de 1939 e lançado em janeiro de 1940
VOCÊ NÃO NEGA QUE É PALHAÇO
Frevo Canção de Nelson Ferreira
Gravado por Violeta Cavalcanti
Acompanhamento de Orquestra
Disco Victor 34.714-B, matriz 52092
Gravado em 26 de dezembro de 1940 e lançado em fevereiro de 1941
MEU DINHEIRO TEM
Batucada de Germano Augusto e Zé Pretinho
Gravada por Violeta Cavalcanti
Acompanhamento de Regional
Disco Victor 34.795-A, matriz S-052263
Gravado em 10 de julho de 1941 e lançado em setembro
PAPAI NÃO VAI
Samba de Ataulfo Alves e Wilson Batista
Gravado por Violeta Cavalcanti
Acompanhamento de Regional
Disco Victor 34.795-B, matriz S-052264
Gravado em 10 de julho de 1941 e lançado em setembro
VOVÔ, VOVÓ, EU E VOCÊ
Valsa Frevo de Nelson Ferreira
Gravada por Violeta Cavalcanti
Acompanhamento de Passos e Sua Orquestra
Disco Victor 34.869-B, matriz S-052441
Gravado em 03 de dezembro de 1941 e lançado em janeiro de 1942
AUMENTO DE SALÁRIO
Samba de Ernâni Alvarenga e Paquito
Gravado por Violeta Cavalcanti
Acompanhamento de Conjunto
Disco Continental 15.233-A, matriz 932-1
Lançado em janeiro de 1945
CHEQUE À GRANEL
Marcha de Ernâni Alvarenga, Paquito e Antenor Gargalhada
Gravado por Violeta Cavalcanti
Acompanhamento de Conjunto
Disco Continental 15.233-B, matriz 933-1
Lançado em janeiro de 1945
QUEM MANDOU TELEFONAR
Samba de Romeu Gentil e Elpídio Viana
Gravado por Violeta Cavalcanti
Acompanhamento de Benedito Lacerda e Seu Conjunto
Disco Continental 15.350-A, matriz 1122-1
Gravado em 22 de maio de 1945 e lançado em junho
LEILÃO DA BAIANA
Samba de Max Bulhões e Gustavo de Oliveira
Gravado por Violeta Cavalcanti
Acompanhamento de Benedito Lacerda e Seu Conjunto
Disco Continental 15.350-B, matriz 1121-1
Gravado em 23 de maio de 1945 e lançado em junho
JACOB
DO BANDOLIM
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JACOB DO BANDOLIM (JACOB BITTENCOURT)
Fon Fon, 1940. http://memoria.bn.br |
Jacob
Pick Bittencourt nasceu em 14 de fevereiro de 1918, no Rio de Janeiro, no
bairro carioca de Laranjeiras. Era filho único do farmacêutico Francisco Gomes
Bittencourt, que nasceu em Cachoeiro de Itapemirim, e de Rackel Pick, de
nacionalidade russa ou polaca, com ascendência judaica.
Nos
primeiros anos da década de 1930, fez algumas apresentações amadoras em
programas de rádio. Em 1934 veio sua grande chance, quando o flautista Benedito
Lacerda lhe convidou a participar do Programa dos Novos – Grande Concurso dos
Novos Artistas, da Rádio Guanabara. Jacob solou o choro Segura Ele, de
Pixinguinha, sendo acompanhado pelos violonistas Lentine e Luís Bittencourt,
com Canhoto ao cavaquinho e Russo no pandeiro. Eratóstenes Frazão o apresentou
como Jacob e Sua Gente. O conjunto recebeu nota máxima do júri formado por
Orestes Barbosa, Francisco Alves, Benedito Lacerda, Cristóvão de Alencar e
Frazão, conquistando o primeiro lugar e ultrapassando 27 concorrentes.
Em
1936, quando tocava na Rádio Guanabara, apresentou a estreante Elizeth Cardoso.
Tocou em várias rádios: Rádio Educadora, Mayrink Veiga, Transmissora, Rádio
Clube do Brasil, Cajuti, Fluminense e Rádio Ipanema (posterior Rádio Mauá).
Começou
a participar de gravações em 1942, quando abriu com seu bandolim a gravação do
célebre samba Ai que saudades da Amélia, de Ataulfo Alves e Mário
Lago, gravado por Ataulfo Alves. Em 1947 participou da gravação de Marina,
de Dorival Caymmi, feita por Nelson Gonçalves na RCA Victor.
Sua
primeira gravação em solo de bandolim se deu em 1947, pela gravadora
Continental, quando ele registrou o choro de sua autoria, Treme Treme,
e a valsa Glória, de Bonfíglio de Oliveira. Ainda em 1947, gravou a
valsa Salões Imperiais, de sua autoria, e o choro de Bonfíglio de
Oliveira, Flamengo. Em 1948 gravaria o célebre choro Flor
Amorosa, de Joaquim Callado. O sucesso de suas gravações fez ressurgir o
interesse pelo bandolim, estimulando solistas do instrumento.
Em
1949, transferiu-se para a RCA Victor, onde ficou até o fim de sua vida. Nessa
gravadora, estreou com o tango de Eduardo Souto, O Despertar da
Montanha, e o choro Língua de Preto, de Honorino Lopes. Em
1951, gravaria o célebre choro Doce de Coco, de sua autoria.
Em
seus discos 78 rpm era apresentado como Jacob Bittencourt, quando autor das
músicas, ou como Jacob ao Bandolim, quando intérprete.
Em
1940, casou-se com Adylia Freitas, tendo dois filhos: Helena e Sérgio
Bittencourt. Sérgio o homenagearia com o samba póstumo Naquela Mesa,
sucesso na voz de Elizeth Cardoso.
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Jacob
Bittencourt, ou Jacob do Bandolim, faleceu no Rio de Janeiro em 13 de agosto de
1969.
TREME TREME
Choro de Jacob Bittencourt
Gravado por Jacob ao Bandolim
Acompanhamento de César e Seu Conjunto
Disco Continental 15.825-A, matriz 1693-2
Gravado em 09 de julho de 1947 e lançado em agosto/outubro de 1947
GLÓRIA
Valsa de Bonfiglio de Oliveira
Gravada por Jacob ao Bandolim
Acompanhamento de César e Seu Conjunto
Disco Continental 15.825-B, matriz 1686-1
Gravado em 09 de julho de 1947 e lançado em agosto/outubro de 1947
SALÕES IMPERIAIS
Valsa de Jacob Bittencourt
Gravada por Jacob ao Bandolim
Acompanhamento de César e Seu Conjunto
Disco Continental 15.872-A, matriz 1687-1
Gravado em 23 de junho de 1947 e lançado em março de 1948
FLAMENGO
Choro de Bonfiglio de Oliveira
Gravado por Jacob ao Bandolim
Acompanhamento de César e Seu Conjunto
Disco Continental 15.872-B, matriz 1694-1
Gravado em 23 de junho de 1947 e lançado em março de 1948
FLOR AMOROSA
Choro de Joaquim Antônio da Silva Calado
Gravado por Jacob ao Bandolim
Acompanhamento de Conjunto Regional
Disco Continental 16.011-B, matriz 1945
Gravado em setembro de 1948 e lançado em março/abril de 1949
DESPERTAR DA MONTANHA
Tango de Eduardo Souto
Gravado por Jacob ao Bandolim
Acompanhamento de Regional
Disco RCA Victor 80-0602-A, matriz S-078881-1
Gravado em 12 de maio de 1949 e lançado em julho de 1949
LÍNGUA DE PRETO
Choro de Honorino Lopes
Gravado por Jacob ao Bandolim
Acompanhamento de Regional
Disco RCA Victor 80-0602-B, matriz S-078882-1
Gravado em 12 de maio de 1949 e lançado em julho de 1949
FLOR DO ABACATE
Choro de Álvaro Sandim (Santini)
Gravado por Jacob ao Bandolim
Acompanhamento de Conjunto
Disco RCA Victor 80-0623-A, matriz S-078883-1
Gravado em 12 de maio de 1949 e lançado em outubro de 1949
DOCE DE COCO
Choro de Jacob Bittencourt
Gravado por Jacob ao Bandolim
Acompanhamento de Conjunto
Disco RCA Victor 80-0745-B, matriz 092813
Gravado em 18 de dezembro de 1950 e lançado em março de 1951
LAMENTOS
Choro de Pixinguinha
Gravado por Jacob ao Bandolim
Acompanhamento de Conjunto
Disco RCA Victor 80-0767-A, matriz 092905
Gravado em 14 de março de 1951 e lançado em junho de 1951
Agradecimento ao Arquivo Nirez
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