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ALFREDO SILVA
Revista do Theatro & Sport, 28 de março de 1914. http://memoria.bn.br |
Há
82 anos falecia o ator ALFREDO SILVA, O Rei do Riso.
Nascido
no Rio de Janeiro em 25 de março de 1874, Alfredo Silva iniciou sua carreira
aos 20 anos, na companhia Dias Braga, liderada por seu tio, o ator e empresário
Dias Braga, em uma temporada por Campinas (SP). Ainda era sobrinho do ator
Domingos Braga e primo do ator Armando Braga.
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Alfredo Silva, à direita, sentado, com uma bengala, em início de carreira. Em pé, à esquerda, o ator Alexandre de Azevedo. Theatro Recreio, 1895. Arquivo Marcelo Bonavides |
Alfredo
Silva foi um dos mais populares atores das primeiras décadas do século XX,
destacando-se no Teatro de Revista, sempre interpretando personagens cômicos.
Atuou
por muitos anos na empresa do Theatro São José, de propriedade do empresário
Paschoal Segreto, aonde chegou a ter sua companhia teatral. Ao lado de Pepa
Delgado, Cecília Porto e Júlia Martins, brilhou em peças como Manobras
do Amor, A Gatinha Branca, Forrobodó, onde deu vida
ao Guarda Noturno, atuando anos depois ao lado de uma nova
estrela, Otília Amorim, em Pé de Anjo, de 1920.
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Alfredo Silva como o Guarda Noturno de Forrobodó.
Fon Fon, 1913. http://memoria.bn.br |
Foi
casado com a atriz portuguesa Laura Godinho, com que dividiu os palcos por
várias ocasiões, enviuvando em 1919. Depois, teve como companheira, Angela
Ferrari.
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Atriz Laura Godinho, 1912 Arquivo Marcelo Bonavides |
Gravou
algumas músicas na Casa Edison, em discos Odeon Record, a maioria repertório do
Teatro de Revista. Gravou sozinho e ao lado de Pepa Delgado e Olympio Nogueira.
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Selo de O Vagalume, gravado pela atriz Pepa Delgado. O nome de Alfredo Silva aparece no selo, mas quem canta é Pepa Delgado. No fim da gravação há um comentário, possivelmente, feito por Alfredo Silva https://discografiabrasileira.com.br/ |
Também
atuou no cinema, em filmes como Veneno Branco, de 1929, A Canção de Lisboa, de 1933, O Descobrimento do Brasil, de 1934
e O Jovem Tataravô, de 1938, seu último trabalho. Em seus últimos
anos de vida, interpretava o personagem Pipoca, criado pelo jornal A
Noite, sendo uma figura muito popular no carnaval.
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Alfredo Silva como Frei Henrique de Coimbra O Descobrimento do Brasil, 1934 |
Ele
e Angela Ferrari viviam modestamente, desde 1936, em uma casa de cômodos
situada à Rua Riachuelo, nº212. Nesse local, ele festejou seu último
aniversário, em 25 de março, quando completou 64 anos, recebendo os vizinhos,
que muito o estimavam e que foram lhe cumprimentar e levar doces. Segundo o
jornal A Noite, de 29 de março de 1938, p.3, “foi essa talvez a sua ultima
emoção agradavel, a sua derradeira alegria”.
Segundo A Noite, ele era um fumante inveterado consumindo, às vezes, dois maços de charutinhos por dia. Em seus últimos tempos, vinha se privando do fumo por orientação médica. Por motivos de saúde, também estava afastado dos palcos.
Porém,
no sábado, dia 26 de março, ele faria sua última atuação, trabalhando no
festival da atriz Emilia de Souza, no Centro dos Cocheiros, onde fez rir
“perdidamente a platéa”, segundo o jornal A Batalha, de 29 de março de
1938, p.1. Na noite de segunda, 28 de março, ele passou mal e o levaram, de
táxi, ao Hospital da Ordem 3º da Penitencia, na Tijuca, de que ele era irmão.
Enquanto esperava ser atendido, seu estado se agravou. Sereno e lúcido até o
último instante, Alfredo Silva falecia.
Seu
enterro foi acompanhado por personalidades do meio teatral, como os empresários
Domingos Segreto e seu irmão Paschoal Segreto Sobrinho, o empresário e
compositor Luiz Iglezias e o ator Pedro Dias, representando a companhia do
Theatro Recreio, entre outros. Os funerais foram custeados pela Casa dos
Artistas.
Uma curiosidade: Ao escolher a foto que ilustraria essa postagem, percebi que a data do Jornal de Theatro & Sport (primeira foto) era a de 28 de março de 1914, exatos 24 anos antes da morte de Alfredo Silva.
Alguns personagens de Alfredo Silva
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Revista da Semana, 1902
http://memoria.bn.br |
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Revista da Semana, 1903
http://memoria.bn.br |
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Na Revista Berliques e Berloques, 1907.
Revista da Semana http://memoria.bn.br |
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Em Nick Carter, o grande policia americano, 1910.
Fon Fon. http://memoria.bn.br |
Gravações de Alfredo Silva
(Gravações cedidas gentilmente pelo Arquivo Nirez)
Maxixe de José Nunes
Gravado por Pepa Delgado e Alfredo Silva
Disco Odeon Record 40.224, matriz RX-161
Repertório da Revista Cá e Lá
De José Nunes
Gravado por Olympio Nogueira e Alfredo Silva
Disco Odeon Record 10.038, matriz R-164
Lançado em 1904
Repertório da Revista Avança!
De Costa Junior
Gravado por Alfredo Silva
Disco Odeon Record 10.040
Lançado em 1904
Repertório da Revista Cá e Lá
Cançoneta
Gravada por Alfredo Silva
Disco Odeon Record 10.060
Lançado em 1904
Repertório da Revista Avança!
Jornais noticiam a morte de Alfredo Silva
Diário Carioca, terça-feira 29 de março de 1938, p. 11
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http://memoria.bn.br/ |
Diário de Notícias, terça-feira 29 de março de 1938, p. 05
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http://memoria.bn.br/ |
A Batalha, terça-feira 29 de março de 1938, p. 01
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http://memoria.bn.br/ |
A Batalha, quarta-feira 30 de março de 1938, p. 04
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http://memoria.bn.br/ |
Correio da Manhã, terça-feira 29 de março de 1938, p. 01
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Correio da Manhã, quarta-feira 30 de março de 1938, p. 08
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http://memoria.bn.br/ |
A Noite, terça-feira 29 de março de 1938, pgs. 01 e 03
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http://memoria.bn.br/ |
A Noite, terça-feira 29 de março de 1938, p. 09
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http://memoria.bn.br/ |
A Noite, quarta-feira 30 de março de 1938, p. 02
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http://memoria.bn.br/ |
A Noite, sábado 02 de abril de 1938, p. 03
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http://memoria.bn.br/ |
A Noite, sábado 02 de abril de 1938, p. 06
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http://memoria.bn.br/ |
Agradecimento ao Arquivo Nirez
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