terça-feira, 29 de agosto de 2017

FRANCISCO ALVES INTERPRETA EDUARDO SOUTO

EDUARDO SOUTO E FRANCISCO ALVES
Arquivo Nirez




Eduardo Souto (1882-1942) era pianista, compositor e regente, sendo um de nossos principais compositores. Deixou várias composições em vários estilos musicais, muitas das quais foram gravadas entre os anos 20 e 60. 

Francisco Alves (1898-1952) foi considerado o maior cantor do Brasil durante os anos 20 até sua morte, em 1952. Gravou vários estilos musicais e centenas de compositores. Sabia interpretar corretamente quer sambas, maxixes e toadas, como canções e valsas. Gravou várias de músicas de Eduardo Souto, das quais, separamos dez.


Já escrevemos sobre Eduardo Souto em:

Eduardo Souto - 130 Anos: http://bit.ly/eduardo130
Eduardo Souto e sua melodia: http://bit.ly/eduardomelodia




RANCHO VAZIO
Sambinha Sertanejo em parceria com X.
Acompanhamento da Orquestra Pan American
Disco Odeon 10.281-B, matriz 1874
Gravado em 10 de agosto de 1928 e lançado em novembro





É SIM SENHOR
Samba Carnavalesco
Acompanhamento da Orquestra Pan American
Disco Odeon 10.312-A, matriz 2147
Lançado em janeiro de 1929





FEIOSA
Canção
Acompanhamento de Hotel Itajubá Orquestra
Disco Parlophon 12.955-A, matriz 2514
Lançado em maio de 1929





SONHEI
Valsa
Acompanhamento da Orquestra Pan American
Disco Odeon 10.468-B, matriz 2.804
Lançado em setembro de 1929



É SOPA (17 A 3)
Marcha Humorística
Acompanhamento da Orquestra Pan American
Disco Odeon 10.484-A, matriz 2986
Lançado em novembro de 1929





DOR SEM CONSOLO
Valsa
Acompanhamento de Piano e Violino
Disco Parlophon 13.074-A, matriz 3136
Gravado em 1929 e lançado em janeiro de 1930





CENA CAIPIRA
Toada em parceria com Osvaldo Santiago
Acompanhamento da Orquestra Copacabana
Disco Odeon 10.769-A, matriz 4076
Lançado em março de 1931





OLHOS FATAIS
Samba Canção em parceria com João de Barro
Acompanhamento da Orquestra Copacabana
Disco Odeon 10.799-B, matriz 4194
Gravado em 07 de abril de 1931 e lançado nesse mesmo mês





A SAUDADE
Canção em parceria com Bastos Tigre
Acompanhamento da Orquestra Copacabana
Disco Odeon 10.938-A, matriz 4499
Gravado em 14 de setembro de 1932 e lançado em janeiro/fevereiro de 1933





A DESPEDIDA
Canção em parceria com Bastos Tigre
Acompanhamento da Orquestra Copacabana
Disco Odeon 10.938-B, matriz 4500
Gravado em 14 de setembro de 1932 e lançado em janeiro/fevereiro de 1933









Agradecimento ao Arquivo Nirez












quinta-feira, 24 de agosto de 2017

OS COMPOSITORES SOLTAM AS SUAS VOZES

Quem pesquisa ou conhece a música popular brasileira das primeiras décadas do século XX tem conhecimento do grande número de bons compositores que tivemos.

O interessante é que vários deles gravaram discos cantando. Isso acontecia desde o início das gravações em disco, com Eduardo das Neves, mais conhecido como cantor e palhaço, gravando músicas de sua autoria.

Mas, nos anos 20 e 30 isso se tornou mais comum. Uns gravaram mais e outros, menos discos, mas, podemos conferir suas vozes e, em vários casos, como eles interpretavam (com a voz) suas próprias composições. Uns, como Noel Rosa e Lamartine Babo, são mais conhecidos. Mas, Vicente Paiva Ribeiro, J. Thomaz, Josué de Barros, Benedito Lacerda, Orestes Barbosa, Antônio Nássara, João de Barro, Alberto Ribeiro, André Filho, Pixinguinha e, até, Cândido das Neves são verdadeiras surpresas para muitos amantes da MPB. 

Vamos conferir alguns.




EDUARDO DAS NEVES
(1874-1919)


EDUARDO DAS NEVES
Arquivo Nirez


Foi um dos mais populares cantores do início do século XX, gravando vários discos onde se acompanhava ao violão. Era também um conhecido palhaço e cançonetista de cafés concerto. Seu primeiro sucesso foi a marcha Santos Dumont (A Conquista do Ar), feita em homenagem ao aviador em 1902.


MEU SEGREDO
Modinha de Eduardo das Neves
Disco Odeon Record 120.045, matriz XR-1579
Lançado em 1912



CHORO DO ARRELIA
Lundu de Eduardo das Neves
Disco Odeon Record 10.334, matriz R-1662
Lançado em fevereiro de 1913






CÂNDIDO DAS NEVES
(1899-1934)

CÂNDIDO DAS NEVES
Arquivo Nirez

Era filho de Eduardo das Neves. Era conhecido também por seu apelido, Índio. Herdou seu talento musical, produzindo alguns de nossas mais belas músicas, como Noite Cheia de Estrelas e A Última Estrofe.


QUADRAS DE AMOR
Foxtrot de R. Stoltz e letra de Cândido das Neves (Índio)
Gravado por Cândido das Neves
Acompanhamento de Regional
Disco Odeon Record 122.148
Lançado em 1922
É a mesma melodia do foxtrot Salomé, de R. Stoltz.
Há também uma versão para o teatro de revista intitulada Abajur.





SAUDADES DO SERTÃO
Da autoria de Cândido das Neves (Índio)
Gravado por Cândido das Neves
Acompanhamento de Regional
Disco Odeon Record 122.149
Lançado em 1922






VICENTE PAIVA RIBEIRO
(1908-1964)

VICENTE PAIVA RIBEIRO
http://memoria.bn.br


Mais conhecido como Vicente Paiva.
Uma de suas composições mais famosas é Mamãe Eu Quero, em parceria com Jararaca. Foi um dos grandes compositores dos anos 30 e 40. Compôs também para grandes nomes como Carmen Miranda (Disseram Que Voltei Americanizada, em parceria com Luís Peixoto) e Dalva de Oliveira (Ave Maria, com Jaime Redondo e Olhos Verdes). Era pai da atriz, cantora e pesquisadora Daisy Paiva.



SAUDADES DA BAHIA
Samba de Ernesto dos Santos (Donga)
Acompanhamento da Orquestra Típica Pixinguinha-Donga
Disco Parlophon 12.942-A, matriz 2414
Lançado em abril de 1929



BEIJAR NÃO É PECADO
Samba de Oscar Cardona
Acompanhamento da Orquestra Victor
Disco Victor 33.219-B, matriz 50055-2
Gravado em 19 de setembro de 1929 e lançado em novembro




J. THOMAZ
(1900-1964) Datas aproximadas

J. THOMAZ
http://memoria.bn.br

João Thomaz de Oliveira foi também ator.
Foi um dos mais inspirados melodistas de nossa MPB.
Regia sempre de luvas brancas, pois, suas mãos tinham cicatrizes de queimaduras. Mesmo sem saber ler música, exercia a função de maestro.



SARAMBÁ
Samba de J. Thomaz e Antônio Amorim Diniz (Duque)
Acompanhamento da Orquestra Brunswick e Coro
Disco Brunswick 10.000-A, matriz 23
Lançado em dezembro de 1929





VAI TRABALHAR
Samba de J. Thomaz
Acompanhamento do Grupo dos Antigos
Disco Odeon 10.778-A, matriz 4134
Lançado em abril de 1931





JOSUÉ DE BARROS
(1888-1959)

JOSUÉ DE BARROS
Arquivo Nirez


Além de compositor era professor de violão e também havia sido faquir. Fora suas composições, uma de suas grandes contribuições para a música foi ter descoberto a cantora Carmen Miranda. Era pai do compositor e instrumentista Betinho e da cantora Neyde de Barros.


CADE ELA?
Marcha de Josué de Barros
Acompanhamento da Orquestra Guanabara
Disco Parlophon 13.287-A, matriz 131081
Lançado em janeiro de 1931



OLHA A CARA DELA
Samba de Josué de Barros e Lamartine Babo
Acompanhamento da Orquestra Guanabara
Disco Parlophon 13.287-B, matriz 131082-1
Lançado em janeiro de 1931




NOEL ROSA
(1910-1937)


NOEL ROSA
Arquivo Nirez


Era compositor, cantor e violonista. Considerado o Filósofo do Samba, apesar de sua curta vida, foi um dos mais impostantes compositores de nossa música, compondo centenas de obras, entre vários sucessos, como Com que roupa?, de 1931, gravado por ele e também por Ignácio G. Loyola, além de Último Desejo, de 1937, na voz de Aracy de Almeida. Gravou entre 1930 e 1936. Alguns de seus sucessos foram gravados em parceria com Marília Batista.



O PULO DA HORA
Samba de Noel Rosa
Disco Parlophon 13.350-A, matriz 131241
Lançado em 1931





FELICIDADE
Samba de Noel Rosa e René Bittencourt
Acompanhamento do Grupo Columbia
Disco Columbia 22.083-B, matriz 381159
Lançado em fevereiro de 1932






BENEDITO LACERDA
(1903-1958)

BENEDITO LACERDA
http://memoria.bn.br


Era flautista, regente e compositor. Em 1928, participou do conjunto Boêmios da Cidade, chegando a se apresentar com Josephine Baker. Em 1929, organizou e batizou o grupo Gente do Morro. Compôs centenas de músicas, entre sucessos como Eva Querida, de 1935, em parceria com Luís Vassalo, na voz de Mário Reis, e Querido Adão, de 1936, em parceria com Osvaldo Santiago, na voz de Carmen Miranda. Suas gravações, na flauta, ao lado de Pixinguinha, no saxofone, de 1946 a 1950, ficaram célebres pela beleza e o talento dos dois.



AMOR BANDOLEIRO
Samba de Alcebíades Barcelos (Bide)
Acompanhamento do Grupo Gente do Morro
Disco Brunswick 10.113-B, matriz 512
Lançado em dezembro de 1930





COMO ACABOU O MEU AMOR
Samba de Benedito Lacerda
Acompanhamento do Grupo Gente do Morro
Disco Brunswick 10.128-B, matriz 529
Lançado em janeiro de 1931






LAMARTINE BABO
(1904-1963)

LAMARTINE BABO
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Era compositor, revistógrafo, humorista, radialista e produtor. Com 18 anos, em 1922, teve sua primeira música inclusa na revista Aguenta, Felipe!, de Carlos Bittencourt e Cardoso de Meneses. Em 1927, teve sua primeira música gravada, a marcha Os Calças Largas, em parceria com Freire Jr., registrada pelo barítono Frederico Rocha. A marcha fazia parte de uma revista homônima. Foi um dos compositores mais produtivos de nossa música, inclusive lançando dezenas de clássicos carnavalescos, como O teu cabelo não nega, de 1932, ao lado dos Irmãos Valença (João e Raul), na voz de Castro Barbosa, e Linda Morena, também de 1932, em sua voz e na voz de Mário Reis. Também fez participações em gravações com Carmen Miranda.


MARIA DA LUZ
Fox Trot de Suesse, Borelz e Lamartine Babo
Acompanhamento da Orquestra Columbia
Disco Columbia 22.123-B, matriz 381246-2
Lançado em junho de 1932





MENINA QUE TEM UMA POSE
Samba de Harold Daltro e Ary Barroso
Acompanhamento da Orquestra Columbia
Disco Columbia 22.124-B, matriz 381266-2
Lançado em junho de 1932






ORESTES BARBOSA 
(1893-1966) 
ANTÔNIO NÁSSARA 
(1909-1996)


ORESTES BARBOSA
Arquivo Nirez


ANTÔNIO NÁSSARA
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Orestes Barbosa era compositor, poeta, escritor e jornalista. Foi um dos grandes letristas de nossa música, deixando clássicos como A mulher que ficou na taça, de 1934, em parceria com Francisco Alves, na voz do próprio Chico Alves, e Chão de Estrelas, de 1937, em parceria com Sílvio Caldas, na voz do próprio Sílvio.

Antônio Nássara era compositor, caricaturista e desenhista. Foi um dos grandes compositores de carnaval das décadas de 30 e 40. Entre seus sucessos estão Tipo Sete, de 1933, em parceria com Alberto Ribeiro, na voz de Francisco Alves, e Tome mais um chope, de 1934, na voz de Carmen Miranda.


NEGA, MEU BEM
Samba de Heitor dos Prazeres
Acompanhamento de Conjunto
Disco Parlophon 13.369-B, matriz 131296
Lançado em 1931





AS LAVADEIRAS
Marcha de Orestes Barbosa e Antônio Nássara
Gravada em parceria com Antônio Nássara
Acompanhamento da Orquestra Columbia
Disco Columbia 22.196-B, matriz 381452
Lançado em 1933






JOÃO DE BARRO
(1907-2006)

JOÃO DE BARRO (BRAGUINHA)
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Também conhecido como Braguinha. Era compositor, autor, cantor, roteirista e produtor. Foi um de nossos maiores compositores, se destacando no carnaval e fora dele. Fez parte do famoso conjunto Bando de Tangarás, do qual também fazia parte Almirante e Noel Rosa. Como cantor, gravou na Parlophon de 1929 a 1932. Em 1929, fez parte do curta Vamo falá do Norte, ao lado do Bando de Tangarás, dirigido por Paulo Benedetti. É autor de Primavera no Rio, de 1934, na voz de Carmen Miranda, que a cantou no filme Alô, Alô Brasil!, de 1935, dirigido pelo próprio João de Barro, Alberto Ribeiro e Wallace Downey. Também compôs Touradas em Madrid, de 1938, em parceria com Alberto Ribeiro, na voz de Almirante. Um de seus grandes sucessos, ao lado de Alberto Ribeiro e Lamartine Babo, é a marcha Cantores de Rádio, de 1936, gravada pelas irmãs Carmen e Aurora Miranda, que também cantaram no filme Alô, Alô Carnaval!, desse mesmo ano, dirigido por Adhemar Gonzaga. Compôs e produziu várias histórias infantis, muitas delas lançadas nos anos 60 pela Coleção Disquinho, lançados pela Continental em discos compactos e coloridos. Tinha ainda a narração de Sônia Barreto e eram orquestradas por Radamés Gnatalli. Fez a alegria de muitas crianças, inclusive a minha. Sua irmã, D. Ilka, era casada com Almirante.


MINHA CABROCHA
Samba de Lamartine Babo
Acompanhamento do Bando de Tangarás
Disco Parlophon 13.173-A, matriz 3538
Gravado em 1930 e lançado em junho





QUEBRANTO
Canção de João de Barro
Acompanhamento de Henrique Brito ao violão
Disco Parlophon 13.178-B, matriz 3520
Gravado em 1930 e lançado em julho





ALBERTO RIBEIRO
(1902-1971)

ALBERTO RIBEIRO
http://memoria.bn.br


Era compositor, violonista e cantor. Gravou de 1931 a 1956, principalmente nos anos cinquenta. Fez uma bela parceria com Aracy Côrtes na cena típica Velha Baiana, de sua autoria e Napoleão Tavares, que os dois gravaram em 1932, em uma espécie de teatro musical. Alberto Ribeiro compôs bastante para o carnaval, inclusive ao lado de João de Barro. Entre seus sucessos estão: Cachorro Vira Lata, de 1937, na voz de Carmen Miranda, e Chiquita Bacana, de 1949, em parceria com João de Barro, na voz de Emilinha Borba.


AS BRABULETA
Marcha de Alberto Ribeiro
Acompanhamento da Orquestra Columbia
Disco Columbia 22.196-B, matriz 381458
Lançado em 1933






ANDRÉ FILHO
(1906-1974)

ANDRÉ FILHO
Arquivo Nirez


Era compositor, arranjador, multiinstrumentista (tocava dezenas de instrumentos), radialista e cantor. Gravou de 1931 a 1936. Como compositor, seu maio sucesso foi a marcha Cidade Maravilhosa, de 1935, que ele gravou ao lado de Aurora Miranda. Essa música se tornaria o hino oficial da cidade do Rio de Janeiro. Também é autor, ao lado de Noel Rosa, do ótimo samba Filosofia, de 1933, na voz de Mário Reis. Fez algumas gravações ao lado de Aurora Miranda e de J. B. de Carvalho.


JURA OUTRA VEZ
Samba de Alcebíades Barcelos e Valfrido Silva
Acompanhamento da Orquestra Odeon
Disco Odeon 11.188-B, matriz 4960
Gravado em 06 de dezembro de 1934 e lançado em janeiro de 1935



MARAVILHOSA
Marcha de André Filho
Acompanhamento da Orquestra Odeon
Disco Odeon 11.424-A, matriz 5450
Gravado em 16 de novembro de 1936 e lançado em janeiro de 1937




PIXINGUINHA
(1897-1973)

PIXINGUINHA
Arquivo Nirez


Uma das principais figuras de nossa música em todos os tempos. Era compositor, orquestrador, flautista e saxofonista. Começou sua carreira profissional em 1911. Formou o grupo Os Oito Batutas, que levou a música popular brasileira para a Europa, com grande sucesso. Atuou na célebre Companhia Negra de Revistas, onde conheceu sua futura esposa, a atriz Jandira Aymoré. Foi regente das orquestras Diabos do Céu, Orquestra Victor Brasileira e Grupo da Guarda Velha, além de ser arranjador das músicas que eram gravadas na Victor. Compôs centenas de músicas, entre as quais, os clássicos Rosa e Carinhoso.


YAÔ
Lundu Africano de Pixinguinha e Gastão Viana
Gravado com Coro
Acompanhamento de Benedito Lacerda e Seu Regional e Pixinguinha ao Sax
Disco RCA Victor 80-0692-A, matriz S-092707
Gravado em 07 de julho de 1950 e lançado em setembro










Agradecimento ao Arquivo Nirez











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