quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

FELIZ ANO NOVO!




Desejo a todos que acompanham nosso blog muitas felicidades e um 2015 repleto de realizações!





FIM DE ANO, canção natalina de 1951

João Dias
http://memoria.bn.br


João Dias era herdeiro artístico do cantor Francisco Alves e foi um dos grandes nomes do rádio nos anos 50 e 60. Coube a ele gravar a mais conhecida música de Ano Novo.


Fim de Ano
Canção Natalina
Acompanhamento de Solovox e Coro
Disco Odeon 13.199-B, matriz 9149
Gravado em 05 de outubro de 1951 e lançado em dezembro desse ano





Adeus Ano Velho
Feliz Ano Novo
Que tudo se realize
no ano que vai nascer
Muito dinheiro no bolso
Saúde pra dar e vender


Para os solteiros, sorte no amor
Nenhuma esperança perdida
Para os casados, nenhuma briga
Paz e sossego na vida.





ANO NOVO, marcha de 1935

Aurora Miranda

Aurora Miranda gravou a marcha Ano Novo em 1935.


Ano Novo
Marcha de Custódia Mesquita e Zeca Ivo
Acompanhamento da Orquestra Odeon sob a direção de Simon Bountman
Disco Odeon 11.292-A, matriz 5174
Gravado em 23 de outubro de 1935 e lançado em dezembro desse ano






Ano Novo!
Vida Nova!
Os que fazem esta prova
dão-se todos muito bem
Há sempre troca de flores
Eu troco, às vezes, de amores
Trocando de olhares também

A minha vida se agita
longe dos dias que vão
E uma esperança palpita
dentro do meu coração

Assim, eu nunca me lembro
de tudo aquilo que fiz
Pois de Janeiro à Dezembro
ninguém escreve o que diz





O ANO NOVO, lundu de 1909

Eduardo das Neves
http://memoria.bn.br



O Ano Novo

Lundu
Acompanhado ao violão
Disco Odeon Record 108.375
Lançado em 1909





Cantado e acompanhado ao violão por Eduardo das Neves para a Casa Edison, Rio de Janeiro.


Meus senhores, Boas Festas!
Que é chegado o Ano Novo!
Canto com mais alegria
para alegrar esse povo
Canta a rola na colina
Meu canário peregrino
Enquanto chora menino
vem surgindo o Ano Novo.

No vendaval da floresta
quando as aves vem voando
As andorinhas ligeiras
nos ares vão vir passando
A mãe acalenta o filho
que sorrindo, já lhe diz:
Mamãe, viva o Ano Novo!
Peça a Deus ser mais feliz!

Cessa amargura, tormento
que surgiu a nova aurora
Quem tem palpite, aventura
Sente dores mas não chora
Desfaz-se jardim de flores
espargindo sobre o povo
Estamos no Ano Novo
Boas Festas, peço agora!

A mãe acalenta o filho
que sorrindo, já lhe diz:
Mamãe, viva o Ano Novo!
Vai reverdecer a flor!





ME RESPEITE, OUVIU? - SAMBA DE 1933

Carmen Miranda e Mário Reis (em pé), 1936.
Arquivo Nirez


Carmen Miranda e Mário Reis gravaram esse interessante samba em 04 de dezembro de 1933.
O samba é da autoria de Valfrido Silva.
A orquestra Diabos do Céu, dirigida por Pixinguinha, fez o acompanhamento.
O disco é Victor 33.746-A, matriz 65904-1.
Foi lançado em fevereiro de 1934.



ME RESPEITE, OUVIU?





Me respeite, ouviu?
Por favor!
O ambiente está carregado
Oh, filha (oh, filho)!
E vai ser um horror!
E eu não quero perder a linha
A encrenca começa na sala
e vai acabar na cozinha.
Olha a vizinha! 

Eu já vim da rua
um bocado conhecido
Por ouvir intriga 
dum sujeito intrometido
Em vez de me acalmar
para eu poder dormir
Você procura um pé
pra brigar, pra discutir.
Cala a boca, Lili!

E tem de haver, por força

mais respeito no ambiente!
E eu não quero ver

um jornal falar da gente!
Ciúme faz brigar
alterando o coração
Meu bem, você demora
e nem me dá satisfação.
E eu estou com a razão!





EU GOSTO ASSIM, toada de 1930



Jesy Barbosa gravou uma bonita toada em 1930, seu título era Eu Gosto Assim.
Era da autoria de Mário Lopes de Castro e Domingos Magarinos.
O acompanhamento foi feito por dois violões.
O disco é Victor 33.332-A, matriz 50332-1.
Foi gravado em 18 de junho de 1930 e lançado nesse mesmo mês.



EU GOSTO ASSIM
Amô di Cabôca








É meu gosto! Não m´importa!
É meu gosto! Eu gosto assim!
Mi martrata? Mi amufina?...
É pruquê gosta de mim?
Vocês diz que ele não gosta
que me fala com desdém
Quanto mais ele dispresa
mais amostra qui qué bem

Ai!  o amô é suffrimento
faz o mundo padecê
Quando a gente ama di vera
Tem pru força qui sofrê

Não há rosa sem ispinho
Nem amô sem provação!
Dá trabaio colher rosa?
Muito mais, um coração!
Si foi Deus qui fez as rosa,
foi também qui fez o amô;
Pôz no amô os suffrimento 
E us espinho da flô.





terça-feira, 30 de dezembro de 2014

JESY BARBOSA, 27 ANOS DE SAUDADE

Jesy Barbosa em 1928.
Revista O Violão.
Arquivo Nirez.



Há 27 anos falecia a cantora, poetisa e jornalista JESY BARBOSA.

Jesy de Oliveira Barbosa nasceu em Campos (RJ), em 15 de novembro de 1902.

Na adolescência estudou canto com a soprano Zaíra de Oliveira.

Na segunda metade da década de 20, Jesy já se apresentava em rádios e dava concertos.

Moça inteligente, também era moderna, adotando o violão de sua mãe e também se apresentando com ele.

Em 1929 ela era o grande nome de divulgação da gravadora Victor, que se instalava no Brasil.

Em 1930, ganhou o concurso de Rainha da Canção Regional. Nessa época, sua colega Carmen Miranda, que iniciava carreira e cada vez mais fazia sucesso, foi uma das que mais apoiou Jesy.

Gravando discos, cantando em rádio e, depois, escrevendo rádio-novelas, Jesy Barbosa também se destacou como poetisa, ganhando prêmios.

Ela faleceu ao 85 anos, em 30 de dezembro de 1987, no Rio de Janeiro.





ADEUS À LUISE RAINER

Luise Rainer


Faleceu de pneumonia nesta terça, dia 30/12, aos 104 anos, a atriz LUISE RAINER.

Nascida em Düsseldorf, Alemanha, em 10 de janeiro de 1910, Luise foi criada em Hamburg (Alemanha) e depois em Viena Áustria.

Iniciou sua carreira de atriz aos 16 anos, tendo aulas com Max Reinhardt. Em 1928, aos 18 anos, já era considerada uma ótima atriz de teatro pela crítica.

Aparecendo em alguns filmes de língua alemã, logo foi notada por Hollywood.

Contratada pela MGM, Luise era uma promissora estrela. Seu sotaque foi modificado com a ajuda da atriz Constance Collier, que notava um grande progresso em sua aluna.

Estreou no filme Flerte (Escapade, 1935), remake de um filme austriaco estrelado por ela.

Em 1936, ela apareceu interpretando Anna Held em Ziegfeld, o criador de estrelas (The Great Ziegfeld, 1936). Atuando ao lado de William Powell e Myrna Loy, Luise Rainer foi premiada com o Oscar de Melhor Atriz, em 1937. Também recebeu o premio de melhor atriz do Círculo dos Críticos de Cinema de Nova York.

Em 1938, ela ganharia o segundo Oscar de Melhor Atriz por interpretar O-Lan em Terra dos Deuses (The Good Earth, 1937), ao lado de Paul Muni.
Assim, ela se tornou a primeira atriz a ganhar dois Oscar consecutivos como Melhor Atriz, em 1937 e 1938.

Um de seus outros filmes de destaque foi A Grande Valsa (The Great Waltz, 1938), que contava a história do compositor Johann Strauss, interpretado por Fernand Gravey; tendo ainda no elenco a soprano Milliza Korjus. O papel de Luise era Poldi Vogelhuber.

Avessa ao estrelato, ela afirmava: "Estrelas não são importantes, só o que elas fazem como parte de seu trabalho que é importante. Artistas precisam de tranquilidade para que possam evoluir. Parece que Hollywood não gosta de dar esta tranquilidade. O estrelato é ruim porque Hollywood faz muito disso, passa a ideia de que é preciso curvar-se ante as estrelas. O estrelato é o peso a pressionar a sua cabeça para baixo - e é para cima que se cresce, ou então nada feito".

No início dos anos 40 se afastou do cinema e dedicou-se ao teatro.

Era naturalizada americana e morava em Londres, em um apartamento que pertencera à atriz Vivien Leigh.

No próximo dia 10 de janeiro, ela completaria 105 anos.



Como Anna Held, em The Great Ziegfeld, 1936.
Seu primeiro Oscar de melhor atriz.



Ao lado de William Powell, em The Great Ziegfeld, 1936.



Sem nenhum glamour, interpreta O-Lan em The Good Earth, 1937.
Seu segundo Oscar de melhor atriz.



Como Poldi Vogelhuber, em The Great Waltz, 1938.




Aos 101 anos, na Alemanha, 2011.







Fotos - Doctor Macro











sábado, 27 de dezembro de 2014

MARLENE DIETRICH, 113 ANOS

Marlene Dietrich em 1937.
Foto de George Hurrell.

http://www.pinterest.com


Há 113 anos, em 27 de dezembro de 1901, nascia a atriz e cantora Marlene Dietrich.

Nascida em Berlim e naturalizada americana nos anos 30, ela foi uma das maiores lendas do cinema, sendo um dos ícones da sétima arte. Fora seu glamour, Marlene participou ativamente durante a Segunda Guerra Mundial, entretendo soldados na Europa, visitando campos de batalhas (mesmo sua correndo risco), e se opondo ao nazismo.

Com uma bem sucedida carreira de cantora, ela excursionou pelo mundo cantando belas músicas, inclusive várias que falavam de paz, pedindo às pessoas que nunca repetissem os horrores da Segunda Guerra.

Em 1959 ela esteve no Brasil onde, ensinada por Cauby Peixoto, cantou perfeitamente Luar do Sertão em seu show.

Marlene Dietrich faleceu em Paris, onde morava, em 06 de maio de 1992, aos 90 anos.


Marlene Dietrich no filme Morroco, 1931.
http://www.doctormacro.com/






quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

TRÉGUA DE NATAL, 100 ANOS

www.instigatorium.com



Há cem anos, no dia 25 de dezembro de 1914, acontecia a Trégua de Natal.
Era ainda o início da Primeira Guerra Mundia. 
De um lado da trincheira dos aliados, e do outro lado, os alemães. 
A Guerra já corria intensa, fazendo baixas.
Porém, nesse dia 25 de dezembro de 1914, um milagre aconteceu no campo de batalha de Saint-Yvon, território belga. 

O cabo Albert Moren, da 2º Regimento da Rainha escreveu: “Era uma linda noite de luar, o chão gelado, branco por quase toda parte, e, por volta das 7, 8 horas, havia muita comoção nas trincheiras alemãs e muitas luzes – não sei de onde vinham. De repente, começaram a cantar Noite Feliz – Stille Nacht. Nunca vou esquecer de música tão bonita.”

As luzes vinham das velas que os alemães ornavam sua arvore de natal improvisada. 
Fazia oito graus negativos.
Nisso, os aliados começaram a cantar O Come, All Ye Faithful, de acordo com o fuzileiro Graham Williams, da 1ª Brigada de Fuzileiros de Londres.

Os alemães responderam se unindo e cantando em coro a versão em seu idioma de Adeste Fideles. 
"Que coisa extraordinária – duas nações inimigas entoando o mesmo cântico no meio da guerra”, escreveu Williams.

O capitão Josef Sewald, do 17º Regimento Bávaro, tomou coragem e gritou ao inimigo que não queriam atirar e que fariam uma trégua de Natal. Disse ainda que iria do seu lado e que poderiam conversar entre eles na região em meio as trincheiras. 

Depois de um silêncio um inglês gritou, "Parem os tiros!". 
Um deles saiu das trincheiras e o capitão Josef fez o mesmo, aproximaram-se e trocaram um aperto de mão, mesmo que cauteloso.

Os apertos de mão se multiplicaram ao longo de todo o front ocidental, segundo o site Carta Capital.
Trocas de Feliz Natal eram ouvidas pelo campo de batalha, agora em paz. Logo, todos conversavam como se conhecessem há anos, segundo o cabo John Ferguson, do 2º Regimento dos Highlanders.









Uma missa bilíngue foi realizada na manha de Natal por um padre escocês e um seminarista alemão, selando o momento. O tenente Arthur Pelham Burn, do 6º Regimento dos Highlanders lembrava, "um espetáculo extraordinário". "Os alemães alinhados de um lado, os britânicos de outro, os oficiais à frente, todos de cabeça descoberta.”, acrescentava.


O tenente inglês Bruce Bairnsfather admirava uma cena inusitada: Um cabeleireiro amador, em trajes civis, cortava os cabelos de um Boche dócil, ajoelhado no chão duro, enquanto a máquina operava, nos conta o site Carta Capital.

O tenente Kurt Zehmisch, do 134º Regimento Saxão de Infantaria, disse que os ingleses trouxeram a bola. E, no meio da paz, aconteceu uma partida de futebol. “Como foi estranho e como foi maravilhoso. O Natal, celebração do Amor, conseguiu unir como amigos, por um instante, inimigos mortais.”, relembrava Zehmisch.

A partida só terminou porque a bola bateu em uma cerca de arame farpado e furou.








Esse acontecimento, ocorrido há 100 anos, é relembrado e até comemorado nos dias de hoje.
Durou seis dias e foi acontecendo em alguns campos de batalha.
Após isso, o conflito voltou.
Até o término da Guerra, em 1918, 14 milhões de pessoas perderiam a vida.


Esse episódio foi tema de um filme em 2005, Feliz Natal (Joyeux Noël), dirigido por Christian Carion e estrelado por Diane Kruger, Benno Fürmann e Guillaume Canet.












segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

AURORA MIRANDA, 09 ANOS DE SAUDADE

Aurora Miranda


Há 09 anos, em 22 de dezembro de 2005, falecia no Rio de Janeiro a cantora Aurora Miranda, um dos grandes nomes da MPB durante os anos 30. Aurora estava com 90 anos e faleceu em sua casa, de causas naturais.

Nascida no Rio de Janeiro em 20 de abril de 1915, Aurora Miranda da Cunha, começou cedo a ter contato com o meio artístico acompanhando sua irmã, Carmen Miranda, quando esta iniciava sua carreira de cantora. O ano era 1929 e a jovem Aurora tinha apenas treze para quatorze anos.

Em 1933, com a irmã Carmen já famosa, chegou a vez de Aurora se lançar como cantora. Foi um sucesso!

Mesmo sendo irmã de Carmen Miranda, Aurora Miranda não ficou devendo nada quanto ao talento e popularidade. Tornou-se cantora consumada, com uma belíssima voz e estilo próprio. E não pensem em rivalidades entre as irmãs. Nunca houve, muito pelo contrário. Cada vez mais conquistavam o sucesso e mais amigas e confidentes ficavam.


Aurora Miranda


Durante a década de 1930, Aurora Miranda tornou-se uma das mais respeitadas e admiradas cantoras. Interpretando composições de grandes compositores, como Assis Valente, Ary Barroso, André Filho, entre outro, ela gravou clássicos como Cai, Cai, Balão, Se a Lua Contasse, e a eterna Cidade Maravilhosa, que viria a se tornar o hino oficial da cidade do Rio de Janeiro.
Aliás, em seu primeiro disco, que trazia Cai, Cai, Balão, de Assis Valente, Aurora tem por companheiro o cantor Francisco Alves.

Em 1940, aos 25 anos, casou-se com o comerciante Gabriel Richaid. Carmen foi a madrinha e, como já estava nos EUA, deu ao casal a lua de mel em Hollywood. E porque não juntar o útil ao agradável? Aurora era belíssima, talentosa e... estava em um lugar de grande oportunidades. Vieram algumas excursões como cantora e participações em filmes. O mais conhecido é Você Já Foi à Bahia (The Three Caballeros) , de 1944, produzido pela Disney, onde ela contracena com Pato Donald e Zé Carioca. Foi a primeira vez em que atores e desenho animado atuaram juntos. A cena em que ela canta Os Quindins de Iaiá, de Ary Barroso, é antológica, tendo ainda a participação de Zé Carioca (o músico, também conhecido por Zezinho), tocando lápis nos dentes.

Ao fim dos anos 40 e início dos 50, Aurora tinha se destacado em seu trabalho, feito muito sucesso, tinha uma marido dedicado e companheiro e dois filhos. Era uma mulher completamente realizada. Em 1955 veio um grande golpe, a perda da irmã Carmen. A partir de então, mesmo tendo esporádicas aparições como cantora, Aurora passou a se dedicar à memória de sua querida irmã, não deixando que o sucesso de Carmen se apagasse, mesmo esquecendo de sua própria trajetória como cantora.

Ao longo dos anos ela fez amizade com vários fãs de Carmen Miranda, que também tornavam-se seus fã. Simpática e muito atenciosa, sempre contribuía com importantes entrevistas e testemunhos aos que a procuravam para saber mais sobre sua irmã famosa.

Aos 90 anos e já debilitada fisicamente, Aurora Miranda faleceu em seu apartamento, no Rio de Janeiro. Sua irmã, Cecília, ainda viveria mais alguns anos e seria a última Miranda a acompanhar os passos das irmãs cantoras nos anos 20, 30 e 40.


Carmen e Aurora Miranda




Algumas músicas cantadas por Aurora Miranda



CAI, CAI, BALÃO
Trata-se do primeiro disco gravado por Aurora Miranda
Marcha de Assis Valente
Aurora Miranda canta com Francisco Alves
Acompanhamento da Orquestra Odeon sob a direção de Simon Bountman
Disco Odeon 11.018-A, matriz 4674
Gravado em 22 de maio de 1933 e lançado em junho desse mesmo ano




SE A LUA CONTASSE
Marcha de Custódio Mesquita
O cantor João Petra de Barro faz participação no coro
Acompanhamento da Orquestra Odeon
Disco Odeon 11.074-B, matriz 4733
Gravado em 21 de outubro de 1933 e lançado em novembro desse mesmo ano




CIDADE MARAVILHOSA
Marcha de André Filho
Gravada por Aurora Miranda e André Filho
Acompanhamento da Orquestra Odeon
Disco 11.154-A, matriz 4901
Gravado em 04 de setembro de 1934 e lançado em outubro desse mesmo ano




NÃO TEM RIVAL
Samba de Amaro Silva
Disco Odeon 11.199-B, matriz 4984
Gravado em 29 de dezembro de 1934 e lançado em fevereiro de 1935




CHOREI POR TEU AMOR
Samba de André Filho
Acompanhamento do Grupo da Odeon
Disco Odeon 11.568-B, matriz 5739
Gravado em 15 de dezembro de 1937 e lançado em fevereiro de 1938










Agradecimento ao Arquivo Nirez






domingo, 21 de dezembro de 2014

CINE SÃO LUIZ, REINAUGURAÇÃO






Já está tudo pronto e amanhã, dia 22/12 será o grande dia.

Estou falando da reinauguração do Cine São Luiz, um dos mais belos cinemas do Brasil e o maior cinema da cidade de Fortaleza (CE), com capacidade atual para 1.100 pessoas. 

Com a reforma, o local passará a funcionar como um cine-teatro.

O evento de reinauguração acontecerá segunda, dia 22/12, às 19h.

Na programação, cantores líricos interpretarão canções de natal e ainda haverá a apresentação da Orquestra Eleazar de Carvalho interpretando peças Alberto Nepomuceno.

E, mantendo a aura de glamour que envolve o cinema, em seguida será exibido o mesmo filme de sua inauguração, ocorrida em 26 de março de 1958, Anastácia, a Princesa Esquecida, estrelado por Infrid Bergman, Yul Brynner e Helen Hayes.

Os ingressos para a reinauguração podem ser adquiridos gratuitamente a partir das 9h da manha dessa segunda-feira, dia 22/12, na bilheteria do próprio Cine São Luiz, que fica na Praça do Ferreira. Será entregue um ingresso por pessoa.


A História

A construção do Cine São Luiz se iniciou em 1939, sob projeto de Humberto Justa Menescal, no local onde antes ficava o Cine Polytheama. Devido a Segunda Guerra Mundial, a construção do Edifício São Luiz, que abrigaria o cinema em seu térreo, foi interrompida e só voltaria a ser retomada em 1952.

Finalmente, no dia 26 de março de 1958, Fortaleza ganhava a mais bela casa de espetáculos cinematográficos do Brasil, segundo a imprensa da época.

Com um hall, cujas escadarias são revestidas por mármore de Carrara, três grandes lustres de cristais importados da antiga Tchecoslováquia, o Cine São Luiz marcou gerações e permaneceu no imaginário popular. Muitos ainda lembras do tempo em que, para se entrar no cinema, os homens deveram usar paletó. 



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Seu proprietário era o cearense Luiz Severiano Ribeiro, que tinha a maior cadeia de cinemas existente no País.

Confira o noticiário feito pela Cinematográfica São Luiz da inauguração do Cine São Luiz em 1958.







O Filme


Poster de Anastasia
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Anastácia, a Princesa Esquecida (Anastasia, 1956) foi o filme de estréia oficial do Cine São Luiz, no dia 26 de março de 1958. Dirigido pelo ucraniano Anatole Litvak, era estrelado por Ingrid Bergman, em sua volta triunfal à Hollywood, e ainda Yui Brynner e a veterana Helen Hayes. O filme conta a história de uma possível sobrevivente da família Romanov, do czar Nicolau II da Rússia, assassinada em 1917.
Dois dias antes, em uma sessão para a imprensa, foi exibido o filme Suplício de uma Saudade, com Jennifer Jones e William Holden. 


Ingrid Bergman e Helen Hayes.
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Os outros filmes da programação inaugural eram O Príncipe Encantado, com Marilyn Monroe e  Laurence Olivier; Meus Dois Carinhos, com Frank Sinatra, Rita Hayworth e Kim Novak; Juventude Transviada, com James Dean, e Trapézio, com Gina Lollobrigida e Burt Lancaster.



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A reinauguração

As obras restauração e recuperação foram iniciadas em dezembro de 2013. 
Com a reforma, veio melhorias nos sistemas de iluminação, acústica, climatização, piso, revestimentos e novos assentos, que continuam na tradicional cor vermelha, além de equipamentos de projeção. Segundo o site do Governo do Ceará, "o investimento de R$ 15.287.832,21 feito pelo Governo do Estado, através da Secult, possibilitará que o equipamento histórico-cultural seja devolvido à sociedade como um dos mais modernos da atualidade".

A memória e características arquitetônicas originais  do Cine São Luiz, em suas qualidades estéticas e históricas, foram mantidas. Na adaptação, agora como cine-teatro, devido às normas técnicas e de acessibilidade, sua capacidade original de 1.500 lugares foi reduzida para 1.100. No piso superior do cinema ficam 300 lugares.

O cinema foi tombado pelo Governo do Estado em 1991.


O site ainda informa que "além da abertura de um amplo palco, com capacidade para grandes espetáculos, também foram feitos reparos em outros espaços, como camarins, o fosso para receber músicos de orquestra".


A Secult (Secretaria de Cultura) entregou o equipamento pronto , tendo a finalização da restauração do espaço sido "um trabalho em conjunto realizado pela equipe de restauro, coordenada pelo restaurador José Luiz Motta, sob a supervisão de profissionais como o engenheiro Paulo Renato, da Secult, o arquiteto Robledo Duarte, do Departamento de Arquitetura e Engenharia (DAE), do Governo do Estado, e o engenheiro José Cardoso, da Construtora Granito, responsável pela execução da obra".



Dessa forma, Fortaleza recebe um de suas mais queridas referências histórias, uma joia que fez e fará ainda parte de várias gerações, o Cine São Luiz



http://revistaresultcomunicacao.blogspot.com.br/



http://www.ceararentacar.com.br/




Prédio do Cine São Luiz, vendo-se à esquerda a Coluna da Hora,
na Praça do Ferreira.
Fortaleza (CE).
Foto de Francisco Edson Mendonça.
http://www.panoramio.com/







terça-feira, 16 de dezembro de 2014

CARLOS GALHARDO E ASSIS VALENTE, ANOS 30

Carlos Galhardo e Assis Valente, anos 30.







ARY BARROSO E ODETE AMARAL, ANOS 50

Ary Barroso e Odete Amaral, anos 50.
Arquivo Nirez.


O primeiro disco gravado por Odete Amaral trazia músicas de Ary Barroso.
No lado A, Foi de madrugada (batucada), e no lado B, Colibri (marcha), gravadas em 1936.






FRANCISCO ALVES E SÍLVIO CALDAS, ANOS 30

Francisco Alves e Sílvio Caldas em intervalo de jogo de futebol, anos 30.
Arquivo Nirez.








BARBOSA JUNIOR E SILVINO NETO, RÁDIO NACIONAL

Barbosa Junior e Silvino Neto.
Rádio Nacional
Programa Divertimento Lever.
Arquivo Nirez






FRANCISCO ALVES E ORLANDO SILVA, ANOS 50

Francisco Alves e Orlando Silva, anos 50.
Arquivo Nirez.







SORRIS DA MINHA DOR, VALSA DE 1938




Sorris da minha dor é uma das mais belas valsas que a década de 30 nos deixou.
Da autoria de Paulo Medeiros, foi gravada por Sílvio Caldas em 1938, com toda a emoção que os versos pediam.
O acompanhamento ficou a cargo da impecável Orquestra Victor Brasileira.
O disco, Victor, tem número 34.367-B e matriz 80872-1.
Foi gravado em 18 de agosto de 1938 e lançado em outubro desse mesmo ano.







Paulo Medeiros, o autor.



Sílvio Caldas, o intérprete.





SORRIS DA MINHA DOR


Sorris da minha dor
mas eu te quero ainda.
Sentindo-me feliz
sonhando-te mais linda.
Escravo eterno teu
farei o que quiseres.
Tens, para mim,
a alma eterna das mulheres.
No meu jardim viceja
é a flor da esperança.
Meu pranto é meu amigo
e a minha fé não cansa.
Nas rimas dos meus versos 
cheios de saudade
és a flor que se abriu 
para o meu amor

Aos teus braços querida
ainda um dia
terei o teu amor
e os teus carinhos.
E os dois aureolados de alegria
seremos um casal de passarinhos.
Tranquilos e felizes sonharemos
uma porção de sonhos venturosos.
E aos beijos de eternal felicidade
há de ser a nossa vida
um rosal de ansiedades.







Agradecimento ao Arquivo Nirez







segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

E O VENTO LEVOU, 75 ANOS DE ESTREIA




Há 75 anos estreava ... E O VENTO LEVOU (Gone with the Wind), considerado um dos maiores clássicos da história do cinema.

Baseado no livro homônimo da autora Margaret Mitchell, o filme nos conta a história de Scarlett O´Hara, uma bela e jovem mimada, filha de ricos fazendeiros do sul dos Estados Unidos, que é apaixonada por Ashley Wilkes, noivo de Melanie Hamilton. As fazendas dos O´Hara e dos Wilkes são vizinhas e os jovens, assim como as irmãs de Scarlett, Suellen e Carreen, bem como India, irmã de Ashley, vivem em um mundo de conto de fadas, sem preocupações, riqueza, bailes e churrascos, bem como a elegância da década de 1860 e o modo de vida sulista dos Estados Unidos. 
Scarlett conta com o amor incondicional de Mammy, sua ama de leite.
Porém, esse mundo irá desmoronar com a Guerra de Civil e todos terão suas vidas dramaticamente mudadas. No meio disso, Scarlett conhece Rhett Butler, um rico homem de Charleston com má reputação. Rhett busca conquistar Scarlett, que continua lutando por seu amor a Ashley e à sua fazenda, Tara. 


A produção do filme começou anos antes de se iniciarem as filmagens. Várias atrizes foram cogitadas e fizeram testes para interpretar o personagem Scarlett O´Hara. A maioria ambicionava esse papel.
Paulette Godard era a favorita, chegando a gravar várias cenas como Scarlett.
A pintora e desenhista Alicia Rhett, nascida em Savannah, sendo uma típica sulista como a personagem principal, também chegou a ser cogitada para o papel; mas, terminou interpretando India Wilkes, a irmã de Ashley.

Quando o produtor David O. Selznick conheceu a atriz inglesa Vivien Leigh, durante as filmagens do incêndio de Atlanta, convenceu-se que ali estava a verdadeira Scarlett O´Hara. 

Apesar dos protestos de se colocar uma atriz inglesa para interpretar uma sulista, Vivien assumiu o papel. Efeitos especiais de luzes fizeram com que os olhos azuis da atriz ficassem verdes, como eram os da personagem. Seu sotaque inglês foi modificado com a ajuda de uma fonoaudióloga. 




A premiere aconteceu em 15 de dezembro de 1939, em Atlanta, cidade enfocada no filme e que foi destruída durante a Guerra de Secessão. Parte do elenco estava presente,para o deleite de uma multidão ansiosa.


Hattie McDaniel (Mammy)

A atriz Hattie McDaniel, que interpretou Mammy, foi proibida de comparecer por ser negra, devido à leis racistas. Clark Gable (Rhett Butler), ameaçou não comparecer também, em apoio à amiga. Porém, Hattie o convenceu, por telefone, a ir ao evento.
No Oscar de 1940, ela seria a primeira atriz afro-americana a ganhar o Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante por seu excelente trabalho.

O diretor Victor Fleming dirigiu 45% do filme e é quem aparece nos créditos. Mas, George Cukor dirigiu uma boa parte, sendo o diretor preferido de Vivien Leigh e Olivia de Havilland (Malanie Hamilton). As duas atrizes iam escondidas à casa de George receber instruções mesmo quando Victor já havia assumido a direção. Outros diretores, também não creditados, foram  Sam Wood, William Cameron Menzies e Sidney Franklin.



Alicia Rhett (India Wilkes)

Alicia Rhett, que viveu India Wilkes, faleceu em 03 janeiro de 2014, semanas antes de completar 99 anos (ela nasceu em 01 de fevereiro de 1915). Alicia era pintora e desenhista e ficava fazendo retratos de seus colegas, durante os intervalos das filmagens. Ao lado de Olivia de Havilland e Mary Anderson, Alicia foi, do elenco creditado no filme, quem viveu mais após sua estréia.


Mary Anderson (Maybelle Marriwether)

Mary Anderson fez uma rápida aparição no filme, vivendo Meybelle Merriwether, filha de Dolly Merriwether (interpretada pela ótima Jane Darwell). Mary faleceu em 06 de abril de 1914, , três dias após seu aniversário de 96 anos. Ela nasceu em 03 de abril de 1918.


Olivia de Havilland (Melaniel Hamilton)

Olivia de Havilland, que interpretou a doce Melanie, é a única pessoa do elenco principal ainda viva. Ela nasceu em Tóquio, em 01 de julho de 1916, e está com 98 anos de idade. Há vários anos ela mora em Paris. Em setembro, por ocasião do relançamento dos filmes nos cinemas americanos, ela enviou um comunicado dizendo que estava verdadeiramente emocionada com a iniciativa.

Os outros atores do filme ainda vivos são Mickey Kuhn, nascido em 21 de setembro de 1932, que interpretou Beau Wilkes, o filho de Melanie e Ashley, e Greg Giese, nascido em 24 de setembro de 1939, que interpretou o filho recém nascido de Melnaie (Beau) e também foi aproveitado interpretando a filha recém nascida de Scarlett (Bonnie).

Barbara O´Neill, que interpretava Ellen O´Hara, mãe de Scarlett, era apenas três anos mais velha que Vivien Leigh.

Vivien Leigh e Clark Gable não se davam bem. Várias vezes ele comia cebolas para, em seguida, fazer cenas de beijos com a atriz.

... E O Vento Levou teve 13 indicações ao Oscar, ganhando oito estatuetas, inclusive de melhor filme, melhor atriz (Vivien Leigh) e melhor atriz coadjuvante (Hattie McDaniel).

Foi um dos primeiros filmes em Technicolor a ganhar Oscar de melhor filme.

A trilha sonora, composta por Max Steiner, é uma das mais belas já produzidas para um filme, sendo um ícone do cinema.

Segundo a CNN, o filme arrecadou, em valores atuais, US$ 1,6 bilhão (R$ 4,3 bilhões).
Em ingressos vendidos e valores corrigidos pela inflação, ...E O VENTO LEVOU continua sendo a maior bilheteria da história do cinema.












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