quarta-feira, 18 de setembro de 2013

HELENA DE MAGALHÃES CASTRO, 111 anos

Para a Phono-Arte
Helena de Magalhães Castro.
Rio, 3/7/930.
Arquivo Nirez


Há 111 anos, nascia a cantora e declamadora HELENA DE MAGALHÃES CASTRO, que também era pesquisadora do folclore brasileiro, pianista, violonista, professora e homeopata. Sem dúvida, uma intelectual, bonita, carismática e com múltiplos talentos.


Graças à importante pesquisa da historiadora Marcelle de Andrade, de São Paulo, podemos saber importantes detalhes da biografia dessa fascinante mulher.

Nascida em São Paulo, no bairro dos Campos Elísios em 18 de setembro de 1902, Helena de Magalhães Castro era filha de José Ferraz de Magalhães Castro, conceituado médico homeopata, e de Helena Faria de Magalhães Castro.

Formou-se professora na Escola Normal de São Paulo, Caetano de Campos.

Estando ligada à música desde pequena, ela era pianista, mas, optou por acompanhar-se ao violão em seu primeiro concerto, realizado no Theatro Municipal de São Paulo, em 1924.

Em 1931, ao lado do poeta Guilherme de Almeida e do maestro João Souza Lima, Helena fundou a Instrução Artística do Brasil (IAB).

A partir de então, “passou a engajar-se na divulgação da arte na difusão da instrução artística, uma vez que a instituição também tinha o propósito de levar a arte para as escolas, portanto, entende-se que a atuação de Helena ultrapassa o campo das manifestações artísticas para projetar-se no das educacionais, uma vez que, do mesmo modo que como outros intelectuais da época, via na arte, e especialmente na música, um instrumento de formação do indivíduo”, nos conta Marcelle.

Desde 1926 ela se correspondia com Mário de Andrade e, por suas ideias e atuação na IAB, eles se aproximaram mais.

Marcelle ainda lembra que “também por meio da IAB, Helena participou da Revolução de 1932, coordenando o Lunch Expresso, kits em caixinhas distribuídos para os soldados, promovendo concertos, aliando-se a campanha Ouro para o bem de São Paulo e lançando revistas comemorativas sobre esse evento político”.

Helena lecionou declamação e música até meados de 1980, em sua residência na Alameda Barão de Limeira. Ela ainda conduzia a antiga farmácia de homeopatia da família, iniciada por seu pai.

Solteira e sem herdeiros, em 1987 propôs a doação de sua casa e de todo o seu acervo, incluindo a farmácia de seu pai, ao Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico, Arqueológico e Turístico de São Paulo (Condephaat), da Secretaria de Estado da Cultura. Mesmo sendo considerado um bem de grande interesse cultural, as negociações não prosperaram e, após sua morte, seus bens foram se dispersando, restando apenas alguns documentos e fotografias que foram recolhidos por técnicos do Condephaat e se encontram informalmente depositados nesse órgão.

Helena de Magalhães Castro viveu bastante. Em 1995, sofreu um derrame e ficou bastante debilitada, vindo a falecer de causas naturais nesse mesmo ano.

Atualmente, a historiadora Marcelle Pride vem se dedicando à revitalização do acervo deixado por Helena e escrevendo sua biografia.  


Em breve, mais informações sobre Helena de Magalhães Castro e suas gravações.



Helena de Magalhães Castro batizando um avião.
À esquerda, no primeiro plano, um sorridente Catullo da Paixão Cearense.
Década de 1930.
Acervo pessoal de Helena de Magalhães Castro.
Foto gentilmente cedida por Marcelle de Andrade.



Helena de Magalhães Castro em 1980.
Acervo pessoal de Helena de Magalhães Castro.
Foto gentilmente cedida por Marcelle de Andrade.







Agradecimentos à Marcelle de Andrade e ao Arquivo Nirez












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