terça-feira, 13 de novembro de 2012

OTÍLIA AMORIM, gravações e registros raros





Confiram a biografia de Otília Amorim: http://zip.net/bptkzm

Em 1989, o selo Revivendo (de Curitiba, criado pelo saudoso pesquisador Leon Barg) lançou o LP Sempre Sonhando, onde trazia três gravações suas. Assim, as novas gerações (como eu) puderam conhecer e se encantar com o talento e carisma de Otília Amorim.


Otília só começou a gravar discos em 1930, tendo deixado somente onze músicas gravadas, o que é uma pena. Também compôs um samba e gravou uma marcha ao lado do cantor Pilé.


No Arquivo Nirez (arquivonirez.com.br), encontramos o livro de registro original da gravadora Victor, onde podemos conferir todas as músicas que foram gravadas, de 1929 a 1939, em detalhes. Chegamos a saber quais e quantos instrumentos foram usados em cada gravação. Entre as gravações de Otília Amorim, podemos observar uma que não foi utilizada devido à matriz ter se quebrado.

Mulata, samba de Heitor dos Prazeres.
Gravação perdida de Otília Amorim feita em 1931.


Detalhes da gravação de Sem você e Mangueira,
ambas aproveitadas.



Em seu Compêndio de História da Música, Mário de Andrade destacou, entre suas músicas preferidas, seis gravadas por Otília: Eu sou feliz, Nego Bamba, Desgraça pouca é bobagem, Vou te levar, Sem você, Mangueira.

Desgraça pouca é bobage é um de meus preferidos, com uma letra interessante e melodia belíssima. Recentemente, pudemos ouvi-lo em um trecho da minissérie Dercy de Verdade (2011), de Maria Adelaide do Amaral, no qual Otília Amorim era citada.


Vamos conferir alguns trechos escritos por Mário de Andrade sobre as músicas gravadas por Otília:

Sobre Sou feliz:

"Se vamos ouvir a sra. Otília Amorim [Sou feliz], só temos a deplorar que, no meio duma dicção bem apropriada, apareça a 'fêlicidade', com e fechado em vez de surdo".


Sobre Nêgo bamba e Desgraça pouca é bobage:
"... preciso guardar o nome do compositor, J. Aymberê, que será talvez o substituto de Sinhô, não sei. Estas obras dele são curiosíssimas.
Mas não é apenas pela musica que Nêgo bamba e Desgraça pouca é bobage são esplêndidos. São na realidade discos perfeitíssimos como riqueza e caráter orquestral, como escolha de sonoridades vocais e como gravação.
E quem merece ainda todos os aplausos é a cantora, Otília Amorim, cuja voz gasta e admiravelmente expressiva... do que se trata, soube tirar efeitos magníficos, principalmente no Nêgo bamba, que, no gênero, é incontestavelmente uma obra-prima".




Confiram as gravações:



Desgraça pouca é bobage
Samba de J. Aymberê
Disco Victor 33.404-A, matriz 65049-1
Gravado, com Orquestra, em 10 de dezembro de 1930
e lançado em fevereiro de 1931.




Vou te levar
Marcha de Clínio Júlio D´Epiro e Vicente de Lima
Otília Amorim canta com Pilé
Disco Victor 33.404-B, matriz 65050-2
Gravado, com Orquestra, em 10 de dezembro de 1930
e lançado em fevereiro de 1931.




Eu sou feliz
Samba de J. Aymberê
Disco Victor 33.413-A, matriz 65089-2
Gravado, com Orquestra, em 30 de dezembro de 1930
e lançado em janeiro de 1931.




Nego bamba
Samba batuque de J. Aymberê
Disco Victor 33.413-B, matriz 65090-2
Gravado, com Orquestra, em 30 de dezembro de 1930
e lançado em janeiro de 1931.




Sem você
Samba de Otávio França e Otília Amorim
Disco Victor 33.423-A, matriz 65109-2
Gravado, com Orquestra e coro, em 05 de fevereiro de 1931
e lançado em fevereiro de 1931.




Mangueira
Samba de João Martins
Disco Victor 33.423-B, matriz 65110-2
Gravado, com Orquestra e coro, em 05 de fevereiro de 1931
e lançado em fevereiro de 1931.











Fontes:
Arquivo Nirez - arquivonirez.com.br
Viva o Rebolado, de Salvyano Cavalcanti de Paiva
A mmúsica popular brasileira na vitrola de Mário de Andrade, de Flávia Camargo Toni



Agradecimento ao Arquivo Nirez






Nenhum comentário:

Postar um comentário

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...