RELEMBRANDO PAULO GRACINDO

sexta-feira, 17 de julho de 2020

RELEMBRANDO PAULO GRACINDO

PAULO GRACINDO
A Scena Muda, 1941
http://www.bjksdigital.museusegall.org.br/

Mais conhecido pela televisão, Paulo Gracindo também se destacou no rádio, no cinema e na música.

Vamos relembrá-lo!

Pelópidas Guimarães Brandão Gracindo nasceu no Rio de Janeiro em 16 de julho de 1911. Foi apresentador, ator, locutor, produtor e compositor.

Como Paulo Gracindo, teve participação ativa como apresentador e locutor em vários programas musicais da Rádio Nacional do Rio de Janeiro. Entre os programas que apresentou, está Noite de Estrelas, em parceria com Max Nunes, onde apresentava artistas da rádio sendo acompanhados pelo maestro Chiquinho.

Atuou diversas vezes como narrados do programa Almanaque Kolynos.

Fon Fon, 1939
http://memoria.bn.br/

A Scena Muda, 1945
http://memoria.bn.br/

Começou a compor na década de 1930, sendo autor ao lado de J. Aymberê do belo samba canção, No Quilômetro Dois, que Orlando Silva gravou na Victor em 1935, sendo acompanhado pelo Grupo do Canhoto.

Outras composições de sua autoria seriam gravadas nos anos 50 e 60.

No rádio, Paulo Gracindo ainda fez sucesso atuando na rádio novela O Direito de Nascer, de 1951, interpretando Alberto Limonta, transmitida pela Rádio Nacional. Ainda na Nacional, obteve grande êxito ao interpretar o Primo Rico no quadro Primo Pobre e Primo Rico, do programa Balança mas não Cai. Brandão Filho interpretava o Primo Pobre. Ambos seguiriam, depois, para a TV com o mesmo quadro e personagens.

Em 1958, recebeu o troféu Microfone de Ouro, instituído pela revista Radiolândia, como o Melhor animador de auditórios do ano. O seu Programa Paulo Gracindo era um dos mais famosos da época.

Dalva de Oliveira e Paulo Gracindo
Radiolândia, 1958
http://memoria.bn.br/

Radiolândia, 1958
http://memoria.bn.br/

Na televisão, Paulo Gracindo ficou conhecido nacionalmente graças a seu talento. Interpretando diversos papeis, ia cativando o público. Podemos citar alguns: Tucão, de Bandeira 2 (1971); Coronel Ramiro Bastos, de Gabriela (1975); João Maciel, de O Casarão (1976), onde protagonizou, ao lado de Yara Côrtes, uma das cenas mais antológicas das telenovelas; Padre Hipólito, de Roque Santeiro (1985), entre outros. Porém, seu personagem mais marcante foi Odorico Paraguaçú de O Bem Amado (1973), que depois ele reviveria em 1980-1984, na minissérie homônima.

Paulo Gracindo como Odorico Paraguaçú
O Bem Amado, 1973
https://brasil.estadao.com.br/

Paulo Gracindo como Padre Hipólito
Roque Santeiro, 1985
https://br.pinterest.com/

No cinema, atuou em alguns filmes desde a década de 1930, como João Ninguém (1936) e Onde Estás Felicidade? (1939), ambos dirigidos por Mesquitinha. Neste último filme, interpretava André, um almofadinha esnobe. Ainda atuaria em outros filmes, como Terra em Transe (1967), de Glauber Rocha.

Paulo Gracindo em Onde Estás Felicidade?, 1939

Fon Fon, 1939
http://memoria.bn.br/

No final da década de 1970, Paulo Gracindo gravou um LP onde recitava algumas das melhores letras de nosso cancioneiro popular. O maestro Lindolfo Gaya se encarregou dos arranjos. O disco foi considerado um dos melhores produzidos no ano do seu lançamento. Na contracapa, Ricardo Cravo Albin apresentava-o “como o melhor ‘diseur’ da história da MPB”.

Paulo Gracindo faleceu no Rio de Janeiro em 04 de setembro de 1995, aos 84 anos de idade. Era pai do também ator Gracindo Júnior.