quinta-feira, 26 de setembro de 2024

CRISTINA MARISTANY - O ROUXINOL DO BRASIL

CHRISTINA MARISTANY
A Cigarra, 1942.
http://memoria.bn.br






Hoje relembraremos uma grande cantora lírica e compositora chamada CRISTINA MARISTANY.          


Christina Navarro de Andrade Costa nasceu no Porto (Portugal), em 11 de agosto de 1906. Veio ao Brasil com poucos meses de vida, indo morar no Rio de Janeiro. Estudou piano e canto, tendo aulas com grandes nomes como Cândida Kendall e Madame Poukine, na Europa.


Com o nome artístico de Christina Costa, ela gravou seu primeiro disco pela Odeon em 1930, registrando a canção Saudade Sombria, de Bento Mossurunga e Silveira Neto e a valsa Solidão, de Eduardo Souto e Oswaldo Santiago, sendo acompanhada pela Orquestra Guanabara.



 



Phono-Arte, 30 de dezembro de 1930, nº 49.
Arquivo Nirez



Escelsior, 1930.
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Correio Paulistano, 16 de março de 1930.
(imagem editada)
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O Paiz, 06 de abril de 1930, p. 08.
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Nesse mesmo ano de 1930, com a mesma orquestra e na mesma gravadora, lançaria o samba canção Violinha, de Henrique Vogeler, a valsa Glorificação, de Pery Pirajá e Oswaldo Santiago e o samba canção O Sorrir Brasileiro, de Henrique Vogeler. O disco Violinha/Glorificação seria saudade pela revista O Malho como o melhor de Christina Costa.



O Malho, 1930.
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O Malho, 1930.
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Ainda em 1930, ela se transferia para a gravadora Brunswick, onde gravou com a Orquestra Brunswick, sob a direção de Henrique Vogeler, a canção Passarinho Cantador, de Henrique Vogeler e Iveta Ribeiro, e o samba Pálida Recordação, de Henrique Vogeler e Josué de Barros.

Enquanto gravava seus primeiros discos, também atuava no rádio.



Correio da Manhã, 27 de fevereiro de 1930, p.11.
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Ao se casar com o jornalista paulista Breno Maristany, passou a assinar artisticamente como Christina Maristany.            

Passou por várias gravadoras, estando em 1935 na Columbia, onde gravou as serenatas Estrellita, de Ponce, e El clavelito em tus lindos cabelos, de Francisco Mignone.



Fon Fon, 1934.
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Fon Fon, 1935.
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O Malho, 1935.
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Carioca, 1935.
Arquivo Nirez



Carioca, 1935.
Arquivo Nirez



O Cruzeiro, 1935.
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Em 1937, Christina Maristany viajou para a Argentina, onde se apresentou com sucesso por dois meses na Rádio Splendid. Logo depois, por conta própria, viajou para a Europa, permanecendo por dois anos. Só retornou ao Brasil por ocasião do início da Segunda Guerra Mundial. Na Europa, ela se apresentou em cidades como Berlim, Londres, Paris, Haia e Hamburgo, entre outras. Nessa época, era solista da Orquestra Sinfônica de Paris. Os críticos alemães a chamavam de Rouxinol do Brasil e a consideravam uma das melhores intérpretes de Mozart. Em Paris, também se apresentou acompanhada de Camargo Guarnieri e fez apresentações na célebre Sala Chopin.



Carioca, 1937
(Arquivo Nirez)













O Cruzeiro, 1936/1937.












Carioca, 1939.







Cinearte, 1938.
http://www.bjksdigital.museusegall.org.br/



Fon Fon, 1938.
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Fon Fon, 1938.
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O Malho 1939.








 Novamente no Brasil, Christina Maristany gravou, em 1940 pela Victor, as canções Canção Negra, de Clustan e Francisco Galvão, e Gaita, de Radamés Gnattali e Augusto Meyer. Ainda em 1940 a Rádio Tupi a contratou, tendo ela permanecido na estação por dezesseis anos. Em 1943, ela gravou uma série de três discos para o acervo histórico-fonográfico da Discoteca Pública Municipal de São Paulo, com as Treze canções de Amor, de Camargo Guarnieri, que a acompanhou ao piano.



Cinearte, 1941.
http://www.bjksdigital.museusegall.org.br/




Fon Fon, 1939.
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Carioca, 1940.
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Carioca, 1940.
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Fon Fon, 1941.
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Fon Fon, 1941.
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Fon Fon, 1941.
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Fon Fon, 1944.
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Pela Continental, em 1949, ela gravou as canções Canto de NegrosAssombraçãoToada número 3, e Refrão do mutum, de autores desconhecidos, sendo acompanhada por Francisco Mignone ao piano. Nesse período, participou várias vezes de programas de rádio, em especial os do radialista Renato Murce, que muito a admirava.

Christina Maristany voltou a cantar na Europa em 1950, apresentando-se em Paris e Roma. Em 1952, voltando à gravadora Odeon, gravou as canções Prenda Minha e Casinha Pequenina, de motivo popular.

Em 1953, ela foi uma das fundadoras da Academia de Música Lorenzo Fernandes.

Também era professora de canto.

Gravou mais discos ao longo da década de 1950, sendo os últimos registrados (em 78 rpm) em 1956, pela Odeon, com as modinhas Tormentos que eu Padeço e Foi numa Noite Calmosa, ambas harmonizadas por Batista Siqueira. Ela gravaria ainda em 1964.

Em 1966, ela recebeu da Academia Brasileira de Música a medalha Carlos Gomes.

Além de gravar no Brasil, Christina Maristany também gravou em Paris, Berlim e em Buenos Aires, sendo considerada por muitos como a maior intérprete de Villa-Lobos, sendo também a mais importante cantora brasileira de música de câmara.

Sobre ela, Villa-Lobos afirmou: “o seu cantar penetra no ambiente de cada canção com rara autenticidade. Intérprete fiel de todos os autores, reunindo ao apuro técnico uma espontânea e surpreendente musicalidade”.

Christina Maristany faleceu em Rio Claro (SP, terra natal da cantora Dalva de Oliveira) em 27 de setembro de 1966, aos 60 anos de idade, recém completados.



Diário de Noticias, 29 de setembro de 1966.
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Diário de Noticias, 30 de setembro de 1966, p. 02.
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Diário de Noticias, 01 de outubro de 1966, p. 04.
http://memoria.bn.br



 Em 2002, o selo Revivendo, de Leon Barg em Curitiba, lançou o CD Quem Sabe?, trazendo várias gravações de Christina Maristany, entre elas, a música que dava título ao disco, da autoria de Carlos Gomes e Bittencourt Sampaio.



CHRISTINA COSTA MARISTANY
"Á Phono-Arte com muita sympathia e admiração
Cristina Costa Maristany"
Arquivo Nirez



Em homenagem a essa grande artista de nossa música, algumas de suas gravações. São registros feitos entre 1930 e 1941.



SAUDADE SOMBRIA
Canção de Bento Mossurunga e Silveira Neto
Gravada por Christina Maristany
Disco Odeon 10.544-A, matriz 3186
Lançado em janeiro de 1930





SOLIDÃO
Valsa de Eduardo Souto e Osvaldo Santiago
Gravada por Christina Maristany
Disco Odeon 10.544-B, matriz 3187
Lançado em janeiro de 1930




VIOLINHA
Samba canção de Henrique Vogeler
Gravado por Christina Maristany
Acompanhamento da Orquestra Guanabara
Disco Odeon 10.574-A, matriz 3264-1
Lançado em março de 1930



GLORIFICAÇÃO
Valsa de Henrique Vogeler
Gravada por Christina Maristany
Acompanhamento da Orquestra Guanabara
Disco Odeon 10.574-B, matriz 3265-1
Lançado em março de 1930



PASSARINHO CANTADOR
Canção de Henrique Vogeler e Iveta Ribeiro
Gravada por Christina Maristany
Acompanhamento da Orquestra Brunswick
Disco Brunswick 10.121-A
Lançado em dezembro de 1930





PÁLIDA CANÇÃO
Samba de Henrique Vogeler e Josué de Barros
Gravado por Christina Maristany
Acompanhamento da Orquestra Brunswick
Disco Brunswick 10.121-B
Lançado em dezembro de 1930





O SORRIR BRASILEIRO
Samba Canção de Henrique Vogeler
Gravado por Christina Maristany
Disco Odeon 10.612-A, matriz 3516
Lançado em junho de 1930





ESTRELLITA
Serenata Mexicana de M. Ponce
Gravada por Christina Maristany
Acompanhamento de Orquestra de Concertos
Disco Columbia 8.144-B, matriz 1037-1
Lançado em 1935





EL CLAVELITO EN TUS LINDOS CABELLOS
De Francisco Mignone
Gravada por Christina Maristany
Acompanhamento de Orquestra de Concertos
Disco Columbia 8.144-B, matriz 1089-2
Lançado em 1935





VARIAÇÕES SOBRE O TEMA LUAR DO SERTÃO
De João Pernambuco e Catullo da Paixão Cearense
Gravada por Christina Maristany
Acompanhamento de Orquestra, sob a direção de Francisco Mignone
Disco Odeon X-3.234-A, matriz 5611
Gravado em 25 de junho de 1937 e lançado em 1937





TUAS MÃOS
De Francisco Mignone
Gravada por Christina Maristany
Acompanhamento de Orquestra, sob a direção de Francisco Mignone
Disco Odeon X-3.234-B, matriz 5612
Gravado em 25 de junho de 1937 e lançado em 1937


BELA GRANADA
De Francisco Mignone
Gravada por Christina Maristany
Acompanhamento de Francisco Mignone ao Piano
Disco Polydor 47.229-B, matriz 7815
Gravado e lançado em 1938





QUEM SABE?
Canção de Carlos Gomes e F. V. Bittencourt Sampaio
Gravada por Christina Maristany
Acompanhamento de Gerhard Puchelt ao Piano
Disco Polydor 47.231-A, matriz 3436
Gravado e lançado em 1938





A CASINHA PEQUENINA
Cançoneta Popular
Gravada por Christina Maristany
Acompanhamento de Gerhard Puchelt ao Piano
Disco Polydor 47.231-B, matriz 3435
Gravado e lançado em 1938



GAITA
Canção de Radamés Gnattali e Augusto Meyer
Gravada por Christina Maristany
Acompanhamento de Orquestra
Disco Victor 34.687-B, matriz 52012-1
Gravado em 30 de setembro de 1940 e lançado em dezembro de 1940


QUANDO UMA FLOR DESABROCHA
Toada de Francisco Mignone
Gravada por Christina Maristany
Acompanhamento de Quarteto de Cordas, sob a direção de Francisco Mignone
Disco Odeon A-3.273-B, matriz 6825
Gravado em 29 de outubro de 1941 e lançado em 1941






Agradecimento ao Arquivo Nirez









Um comentário:

  1. Bela homenagem a tia da minha mãe DulceMaristany so acréscimo o tio dela ,Breno ,era professor no colégio Pedro II

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