A
revista Carioca publicou, em 01 de agosto de 1936, uma interessante matéria sobre um jovem
cantor que estava iniciando carreira e já era aclamado pela crítica e
conquistando muitos fãs: Orando Silva.
Abaixo, fiz um comentário sobre a matéria, copiando as declarações feita pelo cantor.
Um Artista da Nova Geração de Bons Cantores
Sendo
apontado como uma das últimas revelações do broadcasting carioca, mesmo sendo
revelado por Francisco Alves, o jovem havia vencido pelo seu próprio valor. E
que valor, que voz!
Na
época da matéria, pertencia ao cast da Rádio Transmissora PRE-3, que renovava
sempre seu contrato.
“Dedico
às minhas ouvintes invisíveis, essas amáveis admiradoras, todo o sentimento das
canções que interpreto”, afirmava o jovem cantor, “mesmo porque, sou talvez um
dos homens verdadeiramente livres que existem sobre a terra... Não tenho noiva,
nem esposa, nem namorada. Faltam-me as musas inspiradoras”.
Tendo
aparecido cantando em 1934, estreou no antigo Programa Francisco Alves.
“Fiz
a primeira prova de voz dentro do automóvel de Francisco Alves. Felizmente o
grande cantor agradou-se das músicas interpretadas e eu passei a fazer parte de
seu programa. Nele, atuei durante longo tempo. Depois, ingressei para a Rádio Mayrink
Veiga; atuei em várias outras estações, até fixar-me na Rádio Transmissora”,
contou Orlando Silva.
Nessa última emissora, ele estava contratado
com exclusividade, sendo motivo de atração na casa, recebendo dezenas de cartas
e telefonema dos fãs, aumentando sempre sua popularidade.
Passou
a gravar na RCA Victor, lançado várias músicas de Cândido das Neves, J. Cascata,
José Maria de Abreu, entre outros. Uma de suas mais lindas canções é Última
Estrofe, que, entre outras, firmaram seu prestígio artístico.
“Sou
muito sujeito a emoções. Mas, reconheço que todas são diferentes, dificultando
um resultado qualquer. Lembro-me que a primeira vez que cantei ao microfone
fiquei profundamente nervoso, porém, ao filmar diante da câmera e dos apetrechos
cinematográficos, senti emoção ainda maior. No entanto, recordo-me que fiquei
verdadeiramente abalado ao ouvir pela primeira vez a minha voz gravada num
disco”, declarou Orlando Silva.
Agradecimento ao Arquivo Nirez
Olá Marcelo, Achei incrível ler as declarações impressas de um Orlando tão Jovem...impressionou-me mais ainda a coerência do cantor com a sua própria história. Em várias outras ocasiões, até o fim da vida, em entrevistas, suas afirmações corresponderam ao que foi dito naquele distante 1936.
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