quinta-feira, 5 de outubro de 2023

MÁRIO REIS INTERPRETA SINHÔ


MÁRIO REIS ao microfone da Rádio Mayrink Veiga, 1935
Suas fãs suspiram ao seu lado.
Arquivo Nirez.




Um de nossos grandes intérpretes foi o carioca Mário da Silveira Reis, mais conhecido por MÁRIO REIS.

Mário da Silveira Reis nasceu no Rio de Janeiro em 31 de dezembro de 1907, falecendo nessa mesma cidade em 05 de outubro de 1981.


Começou a estudar violão em 1924 com Carlos Lentine, violonista que integraria na década seguinte o Regional de Benedito Lacerda. Em 1926, Mário ingressou na Faculdade de Direito, sendo colega de Ary Barroso. Ainda em 1926, conheceu o compositor Sinhô (José Barbosa da Silva), com que passou a tomar aulas de violão e a quem já admirava como compositor.

Impressionado com a forma que Mário Reis interpretava suas músicas, Sinhô o convidou a gravar um disco na Odeon, em 1928. Do lado A, o samba Que vale a nota sem o carinho da mulher, e do lado B o romance, Carinhos de Vovô, ambos de Sinhô, sendo acompanhado pelos violões de Sinhô e Donga (Ernesto dos Santos).

Seu estilo de cantar simples e coloquial, sem possuir um vozeirão, contrastava com os tenores e barítonos da época, Francisco Alves, Vicente Celestino, Frederico Rocha... Graças ao recente processo elétrico de gravação, Mário Reis podia registrar em cera várias composições, com sua voz calma e afinada. O sucesso veio logo, gravando várias composições de Sinhô e de outros autores da época, Ary Barroso, Cícero de Almeida (Baiano, não confundir com o cantor), José Francisco de Freitas (Freitinhas), Nilton Bastos, Heitor dos Prazeres, entre outros.



Mário Reis em 1939.
Revista Carioca.
http://memoria.bn.br


Um de seus sucessos, gravado na Odeon ainda em 1928, foi o samba Jura, de Sinhô, que, nesse mesmo ano, também foi sucesso na voz de Aracy Côrtes, que o lançou no teatro de revista e em disco Parlophon.

Mário Reis seguiu sua carreia até o final da década de 1930, atuando em rádios, excursões, cinema, shows, cassinos e gravando vários discos de sucesso. Também gravou várias músicas em parceria com Francisco Alves, em um célebre encontro entre dois grandes artistas.

Afastado da carreira artística, trabalhando como funcionário público, Mário Reis vez por outra retornava às atividades como cantor, gravando discos, muitos em homenagem a Sinhô, relançando seus antigos sucessos.



SINHÔ
Arquivo Nirez



Para homenagear Mário Reis, trago suas gravações de composições de Sinhô, que ele registou entre 1928 e 1960. São músicas belíssimas compostas pelo Rei do Samba e interpretadas de modo singular por Mário Reis.



QUE VALE A NOTA SEM O CARINHO DA MULHER
Samba de Sinhô (José Barbosa da Silva)
Gravado por Mário Reis
Acompanhamento de dois violões
Disco Odeon 10.224-A, matriz 1741-I
Lançado em agosto de 1928





CARINHOS DE VOVÔ
Romance de Sinhô (José Barbosa da Silva)
Gravado por Mário Reis
Acompanhamento de dois violões
Disco Odeon 10.224-B, matriz 1740
Lançado em agosto de 1928





SABIÁ
Canção de Sinhô (José Barbosa da Silva)
Gravada por Mário Reis
Acompanhamento de dois violões
Disco Odeon 10.257-A, matriz 1935
Lançado em outubro de 1928





DEUS NOS LIVRE DO CASTIGO DAS MULHERES
Samba de Sinhô (José Barbosa da Silva)
Gravado por Mário Reis
Acompanhamento de dois violões
Disco Odeon 10.257-B, matriz 1936
Lançado em outubro de 1928





JURA
Samba de Sinhô (José Barbosa da Silva)
Gravado por Mário Reis
Acompanhamento da Orquestra Pan American
Disco Odeon 10.278-A, matriz 2070
Lançado em novembro de 1928





GOSTO QUE ME ENROSCO
Samba de Sinhô (José Barbosa da Silva)
Gravado por Mário Reis
Acompanhamento de dois violões
Disco Odeon 10.278-B, matriz 2003
Lançado em novembro de 1928





CARGA DE BURRO
Samba de Sinhô (José Barbosa da Silva)
Gravado por Mário Reis
Acompanhamento da Orquestra Pan American
Disco Odeon 10.387-B, matriz 2518
Lançado em maio de 1929





A MEDIDA DO SENHOR DO BONFIM
Samba de Sinhô (José Barbosa da Silva)
Gravado por Mário Reis
Acompanhamento da Orquestra Pan American
Disco Odeon 10.459-A, matriz 2814-1
Lançado em agosto de 1929





CANSEI
Samba Canção de Sinhô (José Barbosa da Silva)
Gravado por Mário Reis
Acompanhamento da Orquestra Pan American
Disco Odeon 10.459-B, matriz 2813
Lançado em agosto de 1929





JÁ É DEMAIS
Samba Canção de Sinhô (José Barbosa da Silva)
Gravado por Mário Reis
Acompanhamento da Orquestra Pan American, sob a direção de Simon Bountman
Disco Odeon 10.614-B, matriz 3540-1
Lançado em junho de 1930





JURA
Samba de Sinhô (José Barbosa da Silva)
Gravado por Mário Reis
Acompanhamento de Vero e Sua Orquestra
Disco Continental 16.454-A, matriz 2691
Gravado em 22 de agosto de 1951
Lançado em outubro e dezembro de 1951



SABIÁ
Samba de Sinhô (José Barbosa da Silva)
Gravado por Mário Reis
Acompanhamento de Vero e Sua Orquestra
Disco Continental 16.454-B, matriz 2693
Gravado em 22 de agosto de 1951
Lançado em outubro e dezembro de 1951





FALA MEU LOURO
Samba de Sinhô (José Barbosa da Silva)
Gravado por Mário Reis
Acompanhamento de Vero e Sua Orquestra
Disco Continental 16.455-A, matriz 2692
Gravado em 22 de agosto de 1951
Lançado em outubro e dezembro de 1951





GOSTO QUE ME ENROSCO
Samba de Sinhô (José Barbosa da Silva)
Gravado por Mário Reis
Acompanhamento de Vero e Sua Orquestra
Disco Continental 16.455-B, matriz 2703
Gravado em 22 de agosto de 1951
Lançado em outubro e dezembro de 1951



ORA VEJAM SÓ
Samba de Sinhô (José Barbosa da Silva)
Gravado por Mário Reis
Acompanhamento de Vero e Sua Orquestra
Disco Continental 16.456-A, matriz 2705
Gravado em 22 de agosto de 1951
Lançado em outubro e dezembro de 1951





A FAVELA VAI ABAIXO
Samba de Sinhô (José Barbosa da Silva)
Gravado por Mário Reis
Acompanhamento de Vero e Sua Orquestra
Disco Continental 16.456-B, matriz 2704
Gravado em 22 de agosto de 1951
Lançado em outubro e dezembro de 1951





QUE VALE A NOTA SEM O CARINHO DA MULHER
Samba de Sinhô (José Barbosa da Silva)
Gravado por Mário Reis
Acompanhamento de Osvaldo Borba e Sua Orquestra
Disco Odeon 14.662, matriz RIO-14304
Gravado em 15 de junho de 1960 e lançado em agosto












Agradecimento ao Arquivo Nirez









2 comentários:

  1. Para quem só conhecia a regravação de "JURA" feita pelo Zeca Pagodinho, gostei de ouvir, de conhecer o Mário Reis. Por falar em Zeca, o cantor lançou cd recentemente de músicas que ele disse ter curtido na infância. Enfim, vou ouvir as outras canções. Ney Alexandre

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  2. Uma beleza de homenagem a Sinho e Mário.

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