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FRED FIGNER data-limite-2019.blogspot.com.br |
Há 152 anos nascia o empresário e filantropo FRED FIGNER.
Nascido em 02 de dezembro de 1866 na antiga Tchecoslováquia, Frederico Figner chegou ao Brasil em 1891, aos 26 anos, exibindo uma das maravilhas inventadas no fim do século XIX, o fonógrafo, projetado por Thomas Edison. Desembarcando em Belém (PA), Fred Figner chamou a atenção das pessoas, que ficavam maravilhadas ao ouvir os sons do aparelho, tendo também suas vozes gravadas e reproduzidas logo em seguida. Hospedado em um hotel, ele aproveitou uma companhia teatral que estava no local e fez algumas gravações, sem esquecer os ritmos brasileiros como modinhas e lundus. Em seguida, seguiu para várias capitais do Nordeste, apresentando-se em Fortaleza, onde o fonógrafo foi exibido no Passeio Público e no bairro de Porangaba, na Intendência Municipal.
Percebendo um próspero negócio, passou a vender fonógrafos e cilindros. Com o sucesso das vendas inaugurou alguns estabelecimentos. A partir de 1897, recrutou os cantores Bahiano (Manuel Pedro dos Santos) e Cadete (Manuel Evêncio da Costa Moreira) para gravarem os primeiros cilindros comerciais. E em 1900, fundou a Casa Edison, em homenagem ao inventor americano. Esse estabelecimento vendia vários artigos, como objetos de escritórios, brinquedos, utilidades, acessórios e, também, cilindros, fonógrafos, gramofones e discos (na época chamados de chapas).
Graças a sua aguçada visão comercial, a Casa Edison passou a ser nossa primeira gravadora de discos. Figner fez um puxado em sua loja e ali colocou os aparelhos necessários, com a ajuda de um técnico alemão, para o início de nossa indústria fonográfica. As primeiras gravações se deram em janeiro de 1902 e a maioria das provas foi aproveitada, indo para a Alemanha para servirem de matrizes para a impressão dos discos.
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O Echo Phonographico, setembro de 1902. Arquivo Público do Estado de São Paulo. |
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O Echo Phonographico, setembro de 1902. Arquivo Público do Estado de São Paulo. |
Graças a sua aguçada visão comercial, a Casa Edison passou a ser nossa primeira gravadora de discos. Figner fez um puxado em sua loja e ali colocou os aparelhos necessários, com a ajuda de um técnico alemão, para o início de nossa indústria fonográfica. As primeiras gravações se deram em janeiro de 1902 e a maioria das provas foi aproveitada, indo para a Alemanha para servirem de matrizes para a impressão dos discos.
Vários artistas participaram dessas primeiras sessões de gravações, como Bahiano, Cadete, o flautista Pattápio Silva, a Banda do Corpo de Bombeiros. As gravações (que foram aproveitadas), iam para a Alemanha e voltavam impressas em discos. Dessa forma se torna impossível dizer quem foi o primeiro artista a gravar um disco no Brasil. Não há registros afirmando isso, podendo ter sido uma das matrizes que não foram aproveitadas. Porém, no Catálogo da Casa Edison para 1902, o lundu Isto é Bom, de Xisto Bahia, gravado por Bahiano, aparece em disco com a primeira numeração, 10.001, selo Zon – O – Phone. Mais uma vez lembro, não podemos afirmar ter sido a primeira gravação realizada no Brasil; embora tenha sido o primeiro disco catalogado.
Dos primeiros artistas a gravarem para a Casa Edison ficaram famosas as Senhoritas, Odette, Consuelo e Diva; ainda destacamos Mário Pinheiro, Eduardo das Neves, as atrizes Pepa Delgado e Júlia Martins, os cançonetistas Os Geraldos, a Inimitável Risoletta, Nozinho, João Barros, entre outros.
Fred Figner também foi um homem ligado ao filantropismo e ao espiritismo kardecista. Informações contam que a atriz Pepa Delgado foi uma das artistas que mais se empenharam para a fundação da Casa dos Artistas, o futuro Retiro dos Artistas, no Rio de Janeiro. A atriz teria convencido Figner a ceder um terreno seu terreno em Jacarepaguá para a construção do retiro. Seu primeiro contato com o espiritismo se seu com Pedro Sayão, pai da cantora Bidu Sayão. Um fato curioso se deu quando Fred Figner faleceu, em 19 de janeiro de 1947, no Rio de Janeiro: o empresário deixou de herança para o médium Chico Xavier um cheque com um alto valor, que ajudaria suas necessidades. Porém, o médium mineiro recusou o cheque, enviando para as filhas de Figner, que voltaram a devolver. Nesse vai-vem, Chico Xavier teve a ideia de que a quantia fosse endereçada à Federação Espírita Brasileira, para obras assistenciais em prol da Doutrina Espírita, no que foi atendido. O livro psicografado por Chico Xavier, intitulado Voltei, é da autoria do espírito Irmão Jacob, que seria o próprio Fred Figner escrevendo do plano espiritual, mas isso é assunto para outra ocasião.
Fred Figner também foi um homem ligado ao filantropismo e ao espiritismo kardecista. Informações contam que a atriz Pepa Delgado foi uma das artistas que mais se empenharam para a fundação da Casa dos Artistas, o futuro Retiro dos Artistas, no Rio de Janeiro. A atriz teria convencido Figner a ceder um terreno seu terreno em Jacarepaguá para a construção do retiro. Seu primeiro contato com o espiritismo se seu com Pedro Sayão, pai da cantora Bidu Sayão. Um fato curioso se deu quando Fred Figner faleceu, em 19 de janeiro de 1947, no Rio de Janeiro: o empresário deixou de herança para o médium Chico Xavier um cheque com um alto valor, que ajudaria suas necessidades. Porém, o médium mineiro recusou o cheque, enviando para as filhas de Figner, que voltaram a devolver. Nesse vai-vem, Chico Xavier teve a ideia de que a quantia fosse endereçada à Federação Espírita Brasileira, para obras assistenciais em prol da Doutrina Espírita, no que foi atendido. O livro psicografado por Chico Xavier, intitulado Voltei, é da autoria do espírito Irmão Jacob, que seria o próprio Fred Figner escrevendo do plano espiritual, mas isso é assunto para outra ocasião.
Fred Figner já idoso. aron-um-espirita.blogspot.com.br |
Para
homenagear Fred Figner trago alguns dos artistas contratados pela Casa Edison
que gravaram discos entre 1902 e 1909. São importantes nomes de nossa música da
primeira década do século XX, que fizeram história no pioneiro estúdio de
gravação da Rua do Ouvidor, no Rio de Janeiro. Também trago o selo de alguns dos discos.
BAHIANO
ESPECOLONDRÍFICO
Monólogo
Gravado
por Bahiano
Disco
Zon – O – Phone 1.535
Gravado
em 1902
TUDO PODE ACONTECER
Monólogo
Gravado
por Bahiano
Disco
Zon – O – Phone 1.655, matriz 1655
Gravado
em 1902 e lançado em 1903
AMENIDADE
Serenata
de Catullo da Paixão Cearense
Gravada
por Bahiano
Disco
Zon – O – Phone X-639
Gravado
em 1903
O ANGÚ DO BARÃO
Cançoneta
de Ernesto de Souza
Gravada
por Bahiano
Disco
Zon – O – Phone X-670
Gravado
em 1903
PRA EXPOSIÇÃO
Cançoneta
Gravada
por Bahiano
Disco
Zon – O – Phone X-697, matriz X-697
Gravado
em 1903
VALSA DOS SINOS DE CORNEVILLE
Valsa
de Roberto Planquete
Gravada
por Bahiano
Disco
Zon – O – Phone X-701
Gravado
em 1903
CADETE
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CADETE Livro de Humberto Franceschi: Registro sonoro por meios mecânicos no Brasil. Arquivo Marcelo Bonavides |
ESCUTA
Modinha
Gravada
por Cadete
Acompanhamento
de Violão
Disco
Zon – O – Phone X-1.006
Lançado
em 1902
PARANÁ
Discurso/Modinha
Gravado
por Cadete
Acompanhamento
de Violão
Disco
Odeon Record 10.232
Lançado
em 1906
BANDA DA CASA EDISON
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Banda da Casa Edison. O flautista Patápio Silva é o segundo da direita para a esquerda. Arquivo Nirez. |
DOS CELIBATÁRIOS
Polca
Gravada
pela Banda da Casa Edison
Disco
Zon – O – Phone 1.571
Gravado
em 1902 e lançado em 1903
ROBERTINA
Valsa
Gravada
pela Banda da Casa Edison
Disco
Zon – O – Phone 1.574
Gravado
em 1902 e lançado em 1903
OH! ARARA
Polca
Gravada
pela Banda da Casa Edison
Disco
Zon – O – Phone X-598
Gravado
e lançado em 1903
PENSA EM MIM
Maxixe
Gravado
pela Banda da Casa Edison
Disco
Zon – O – Phone X-631
Gravado
e lançado em 1903
MAESTRO ASSIS PACHECO
A FILHA DO PHARAÓ
Fantasia
Gravada
pelo Maestro Assis Pacheco na Flauta
Disco
Zon – O – Phone 1.652
Gravado
em 1902 e lançado em 1903
MAESTRO ARTHUR CAMILO
FAVORITO
Tango
de Ernesto Nazareth
Gravado
por Arthur Camilo ao Piano
Disco
Odeon Record 40.728
Lançado
em 1906
ESCOVADO
Tango
de Ernesto Nazareth
Gravado
por Arthur Camilo ao Piano
Disco
Odeon Record 40.730
Lançado
em 1906
ATOR LINO
PERFEITAMENTE
Cançoneta
Gravada
pelo Ator Lino
Disco
Zon – O – Phone X-540
Gravado
e lançado em 1903
DESCARRILLAR
Cançoneta
Gravada
pelo Ator Lino
Disco
Zon – O – Phone X-560
Gravado
e lançado em 1903
SENHORITA ODETTE
EN AVANT
Cançoneta
de Ernesto de Souza
Gravada
por Senhorita Odette
Disco
Zon – O – Phone X-625
Gravado
em 1903
MANHÃ DE AMOR
Balada
de Chiquinha Gonzaga e C. C.
Gravada
por Senhorita Odette
Disco
Zon – O – Phone X-699, matriz X699II
Gravado
e lançado em 1903
SENHORITA CONSUELO
A MORENA BRASILEIRA
Modinha
Gravada
por Senhorita Consuelo
Disco
Zon – O – Phone 1.662
Gravado
em 1902
A ESPIGA
Cançoneta
Gravada
por Senhorita Consuelo
Disco
Zon – O – Phone X-687
Gravado
em 1903
PATÁPIO SILVA
ALVORADA DAS ROSAS
Solo
de Flauta de Júlio Reis
Gravado
por Patápio Silva na Flauta
Disco
Odeon Record 40.051, matriz RX-62
Lançado
em 1904
PRIMEIRO AMOR
Valsa
de Flauta de Patápio Silva
Gravada
por Patápio Silva na Flauta
Disco
Odeon Record 40.053, matriz RX-63
Lançado
em 1904
OS GERALDOS
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Nina Teixeira e Geraldo Magalhães O Malho, 1908. http://memoria.bn.br |
ELEGANTES
Dueto
Gravado
por Os Geraldos
Disco
Odeon Record 40.428
Lançado
em 1905
VEM CÁ, MULATA
Dueto
de Arquimedes de Oliveira
Gravado
por Os Geraldos
Disco
Odeon Record 108.290, matriz XR-850
Lançado
em 1909
PEPA DELGADO
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PEPA DELGADO, 1913. Arquivo Marcelo Bonavides |
O ABACATE
Cançoneta de Chiquinha Gonzaga, Tito
Martins e Gouveia.
Gravado por Pepa Delgado
Acompanhamento de piano
Disco Odeon Record 10.059, matriz R-379
Lançado em 1904
Da Revista “Cá e Lá”
A RECOMENDAÇÃO
Cançoneta de Assis Pacheco
Gravado por Pepa Delgado
Acompanhamento de piano
Disco Odeon Record 10.064
Lançado em 1904
Da Revista “O Avança”
MÁRIO PINHEIRO
GENTIL FORMOSA
Canção
Gravada
por Mário Pinheiro
Disco
Odeon Record 40.024, matriz RX-19
Lançado
em 1904
LÁGRIMAS DO PASSADO
Canção
Gravada
por Mário Pinheiro
Disco
Odeon Record 40.058, matriz RX-46
Lançado
em 1904
EDUARDO DAS NEVES
E EU NADA
Lundu
de Eduardo das Neves
Gravado
por Eduardo das Neves
Disco
Odeon Record 108.071, matriz XR-604
Gravado
e lançado em 1907
BOLIMBOLACHO
Lundu
Gravado
por Eduardo das Neves
Acompanhamento
de Violão
Disco
Odeon Record 108.072, matriz XR-605
Gravado
e lançado em 1907
Agradecimento ao Arquivo Nirez
Fonte - Nossas Atrizes Cantoras (1859 - 1926), de Marcelo Bonavides de Castro
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