![]() |
LINDA BATISTA Arquivo Nirez |
Há
32 anos falecia a cantora e compositora LINDA BATISTA, A Estrela do Brasil.
Florinda
Grandino de Oliveira nasceu em São Paulo, em 14 de junho de 1919. Era filha de
Emília Grandino de Oliveira (D. Neném) e do famoso ventríloquo e cantor
Baptista Júnior. Sua mãe era de uma tradicional família paulista. Suas irmãs
eram Dyrce (a caçula), a futura cantora Dircinha Batista, e Odette (a mais
velha das três), que teria uma curta carreira como cantora.
Seus
pais moravam no Rio de Janeiro, no bairro do Catete, porém, sua avó materna,
Dona Florinda, fazia questão que seus netos nascessem em sua casa. Desta forma,
a menina Florinda (uma homenagem à avó materna) veio ao mundo no bairro
paulistano de Higienópolis. Suas irmãs também nasceram nesta mesma casa.
A
pequena Florinda foi educada, assim como suas irmãs, nos melhores colégios. Ela
fez seu curso primário no tradicional Colégio Sion. Com dez anos de idade,
estudou violão com o cantor e violonista Patrício Teixeira, compondo nessa
época sua primeira música, Tão Sozinha.
Concluiu
o curso ginásio no Colégio São Marcelo, iniciando cursos de contabilidade e de
corte e costura.
Em
1930, sua irmã Dircinha iniciava a carreira artística, gravando um disco aos
oito anos de idade, pela Columbia. Dircinha, em 1932, apresentava-se na Rádio
Cajuti, sendo acompanhada ao violão por sua irmã Florinda, de 13 anos de idade.
Elas eram já conhecidas como as Irmãs Batistas, tendo adotado o sobrenome do
pai no meio artístico. Florinda adotou o nome artístico de Linda Batista
(Baptista na grafia da época).
Linda
Batista começou a cantar na Rádio Cruzeiro do Sul em 1935, dividindo o microfone com estrelas do nível de Aracy Côrtes, apresentando-se
também em eventos de caridade. Já nesse período, a imprensa já a saúda como cantora
e compositora.
![]() |
A Noite, 31 de agosto de 1935, p.02 http://memoria.bn.br/ |
![]() |
Gazeta de Notícias, 21 de julho de 1935, p.17 http://memoria.bn.br/ |
![]() |
O Imparcial, 04 de outubro de 1935, p.08 http://memoria.bn.br/ |
![]() |
O Malho, 1935 http://memoria.bn.br/ |
Com
a popularidade aumentando, Linda Batista seria eleita Rainha do Rádio em
1936, sendo reeleita rainha por onze anos consecutivos.
![]() |
O Cruzeiro, 1936 http://memoria.bn.br/ |
![]() |
Cinearte, 1936 http://www.bjksdigital.museusegall.org.br/ |
![]() |
O Malho, 1936 http://memoria.bn.br/ |
![]() |
O Malho, 1936 http://memoria.bn.br/ |
![]() |
Rainha do Rádio, A Noite, 30 de janeiro de 1937 http://memoria.bn.br/ |
![]() |
Gazeta de Notícias, 12 de fevereiro de 1937, p.08 http://memoria.bn.br/ |
Linda Batista fez uma bem sucedida excursão pelo Nordeste em 1937, estando em Fortaleza e outras capitais. Ela escreveu suas impressões sobre os lugares que ia conhecendo, sendo algumas delas publicadas na imprensa.
Sua
primeira aparição no cinema foi em 1937, no filme da Cinédia O Carnaval de
1937. Em 1938, ela apareceria em Maridinho de Luxo, cantando Cangaceiro.
Até 1960, ela apareceria em dezenas de filmes.
![]() |
Correio da Manhã, 13 de fevereiro de 1937, p.16 http://memoria.bn.br/ |
![]() |
Diário Carioca, 13 de fevereiro de 1937, p.10 http://memoria.bn.br/ |
Uma fato curioso na vida de Linda Batista se deu em 1937. Aos 18 anos incompleto, ou seja, ainda menor de idade, ela se enamorou do jovem Paulo Bandeira de Mello. Os dois fugiram para a Barra de Piraí, sendo o jovem acusado pela família de Linda de a ter raptado. Os dois seriam obrigados a se casar em 31 de março de 1937, porém o casamento não durou muito.
![]() |
O Imparcial, 26 de março de 1937, p.09 http://memoria.bn.br/ |
![]() |
O Radical 26 de março de 1937, p.05 http://memoria.bn.br/ |
![]() |
Diário Carioca, 26 de março de 1937, p.01 http://memoria.bn.br/ |
![]() |
A Batalha, 31 de março de 1937, p.05 http://memoria.bn.br/ |
Sua estreia no disco se deu em 1938, ao lado de Fernando Alvarez, gravando pela Odeon, Churrasco, rumba
de Djalma Esteves e Augusto Garcez e Chimarrão, rumba
de Djalma Esteves. Ainda em 1938 gravaria, também com Fernando Alvarez, a marcha Oitava Maravilha, da autoria da própria Linda Batista, ano em que estreou nos Shows do Cassino da Urca.
Em
1939, Carmen Miranda, então a mais popular cantora do Brasil, foi para os EUA,
onde iniciaria uma vitoriosa carreira internacional. O lugar deixado por Carmen
seria, para muitos, ocupado por Linda Batista, cuja popularidade crescia de
forma impressionante. Na década de 1940, ela era uma cantora vitoriosa, sendo
requisitada no rádio, disco, shows em cassinos, como o Cassino da Urca (onde
passou a atuar em 1938), cinema e em excursões, como o Show da Vitória
(espetáculos realizados em várias partes do país, durante a II Guerra Mundial).
![]() |
Gazeta de Notícias, 25 de abril de 1937, p.08 http://memoria.bn.br/ |
![]() |
Gazeta de Notícias, 11 de fevereiro de 1937 http://memoria.bn.br/ |
![]() |
O Cruzeiro, 1936 http://memoria.bn.br/ |
![]() |
O Cruzeiro, 1938 http://memoria.bn.br/ |
Em
1943, ao deixar a Rádio Nacional, foi para a Rádio Tupi, recebendo dez contos
de réis por mês, uma fortuna para a época.
O
sucesso e a popularidade de Linda Batista continuaram ao longo da década de
1950, tendo ela lançado vários sucessos também nesse período. Ao longo dos anos
60, 70, novos talentos foram surgindo e a popularidade de Linda Batista foi decaindo.
Afinal, infelizmente, em nosso país, ao invés de se valorizar o novo e o
veterano a maioria das pessoas e dos meios de comunicação em massa preferem
descartar quem está na estrada há mais tempo.
Dessa
forma, as Irmãs Batistas foram sendo esquecidas e abandonadas. Felizmente, o
cantor e fã José Ricardo as amparou, fazendo o que podia para que elas tivessem
o mínimo de dignidade.
Linda
Batista faleceu em 17 de abril de 1988, no Rio de Janeiro, pouco antes de
completar 69 anos de idade.
Eu
tinha 13 anos incompletos na ocasião de sua morte e lembro que pouco antes, em
um jornal da televisão, uma reportagem mostrava várias roupas de shows, troféus
e medalhas das Irmãs Batistas sendo vendidos, pois Linda, Dircinha e Odette
estavam em sérias dificuldades financeiras.
Jornal do Brasil, 19 de abril de 1988
As
Irmãs Batistas seriam homenageadas em 1998, no musical Somos Irmãs, de
Sandra Werneck, dirigido por Ney Matogrosso. Suely Franco e Nicete Bruno viviam
Linda Batista e Dircinha Batista.
No
ano de centenário de Linda Batista, em 2019, a atriz e cantora Adriana Quadros lhe
prestou uma homenagem com o espetáculo Adriana Quadros homenageia Linda
Batista.
Já
homenageamos Linda Batista em várias ocasiões, eis algumas:
Linda
LINDA!: http://bit.ly/2XFjMnf
LINDA
E ROSITA, um memorável encontro: http://bit.ly/2WAP5mu
LINDA
BATISTA, 93 anos: http://bit.ly/2IbqSur
LINDA
BATISTA e suas impressões do Norte e Nordeste: http://bit.ly/2IAXU65
LINDA
BATISTA, A Estrela do Brasil I: http://bit.ly/2IAYqB3
LINDA
BATISTA, A Estrela do Brasil II: http://bit.ly/2MLaViH
LINDA
BATISTA E SEUS ETERNOS SUCESSOS: http://bit.ly/2ZntYRD
LINDA
BATISTA canta LUPICÍNIO RODRIGUES: http://bit.ly/2IbUbg7
LINDA
BATISTA INTERPRETA CHIQUINHO SALES: http://bit.ly/2wZymdD
LINDA
BATISTA em um QUESTIONÁRIO INDISCRETO: http://bit.ly/2X5Zne2
LINDA
BATISTA canta RISQUE: http://bit.ly/2Rbv1kO
LINDA
BATISTA – 100 anos: http://bit.ly/2WFaPJk
Fotografias de Linda Batista
![]() |
Fon Fon, 1935 http://memoria.bn.br/ |
![]() |
O Malho, 1936 http://memoria.bn.br/ |
![]() |
Carioca, 1936 Arquivo Nirez |
![]() |
Cinearte, 1938 http://www.bjksdigital.museusegall.org.br/ |
![]() |
Cinearte, 1939 http://www.bjksdigital.museusegall.org.br/ |
![]() |
O Cruzeiro, 1939 http://memoria.bn.br/ |
![]() |
O Cruzeiro, 1940 http://memoria.bn.br/ |
![]() |
O Radical, 28 de outubro de 1938, p.04 http://memoria.bn.br/ |
![]() |
O Radical, 16 de novembro de 1938, p.04 http://memoria.bn.br/ |
Vídeos sobre Linda Batista
Linda Batosta canta Cangaceiro, 1938
Entrevista com Linda Batista
Linda Batista canta Vai que é Mole, 1959
Documentário
sobre Linda Batista
Morte de Linda Batista
Gravações
de Linda Batista
1938
- 1944
CHURRASCO
Rumba de Djalma Esteves e Augusto Garcez
Gravado
por Fernando Alvarez e Linda Batista
Acompanhamento
da Orquestra Odeon
Disco
Odeon 11.631-A, matriz 5868
Gravado
em 20 de junho de 1938 e lançado em agosto de 1938
CHIMARRÃO
Rumba
de Djalma Esteves
Gravado
por Fernando Alvarez e Linda Batista
Acompanhamento
da Orquestra Odeon
Disco
Odeon 11.631-B, matriz 5869
Gravado
em 20 de junho de 1938 e lançado em agosto de 1938
OITAVA
MARAVILHA
Marcha
de Linda Batista
Gravada
por Fernando Alvarez e Linda Batista
Acompanhamento
de Vicente Paiva e Sua Orquestra
Disco
Odeon 11.685-A, matriz 51
Gravado
em 1938 e lançado em fevereiro de 1939
PASSEI
NA PONTE
Marcha
Conga de Ary Barroso
Gravada
por Linda Batista
Acompanhamento
da Orquestra de Louis Cole do Cassino Atlântico
Disco
Victor 34.678-A, matriz 52009-1
Gravado
em 25 de setembro de 1940 e lançado em novembro de 1940
DANÇA,
MAS NÃO ENCOSTA
Samba
de Roberto Roberti e Edgard Freitas
Gravado
por Linda Batista
Acompanhamento
de Regional
Disco
Victor 34.710-B, matriz 52084-2
Gravado
em 18 de dezembro de 1940 e lançado em fevereiro de 1941
TUDO
É BRASIL
Valsa
de Vicente Paiva e Sá Róris
Gravado
por Linda Batista
Acompanhamento
de Garoto e Seus Garotos
Disco
Victor 34.737-B, matriz 52151
Gravado
em 13 de março de 1941 e lançado em maio de 1941
EU
FUI À EUROPA
Samba
Choro de Chiquinho Sales
Gravado
por Linda Batista
Acompanhamento
dos Diabos do Céu
Disco
Victor 34.785-A, matriz S-052241
Gravado
em 10 de junho de 1941 e lançado em agosto de 1941
BATUQUE
NO MORRO
Samba
de Russo do Pandeiro e Sá Róris
Gravado
por Linda Batista
Acompanhamento
dos Diabos do Céu
Disco
Victor 34.814-B, matriz S-052328
Gravado
em 13 de agosto de 1941 e lançado em outubro de 1941
SOU
PATRIOTA
Samba
de José Gonçalves e Arthur Costa
Gravado
por Linda Batista
Acompanhamento
de Luiz Americano e Seu Regional
Disco
Victor 34.921-A, matriz 33436
Gravado
em 27 de maio de 1940 e lançado em maio de 1942
AMÉLIA
NA PRAÇA ONZE (AMÉLIA NA PRAÇA 11)
Samba
Choro Herivelto Martins e Cícero Nunes
Gravado
por Linda Batista
Acompanhamento
de Luiz Americano e Seu Regional
Disco
Victor 34.921-A, matriz S-052484
Gravado
em 27 de fevereiro de 1940 e lançado em maio de 1942
DESPERTA
BRASIL
Samba
de Grande Otelo
Gravado
por Linda Batista
Acompanhamento
de Luiz Americano e Seu Regional
Disco
Victor 80-0000-A, matriz S-052578-3
Gravado
em 10 de julho de 1942 e lançado em outubro de 1942
A
PÁTRIA ESTÁ TE CHAMANDO
Samba
de Grande Otelo
Gravado
por Linda Batista
Acompanhamento
de Benedito Lacerda e Seu Regional
Disco
Victor 80-0092-A, matriz S-052744-1
Gravado
em 02 de abril de 1943 e lançado em julho de 1943
CASA
DE CÔMODOS
Samba
de Bucy Moreira e Carlos de Souza
Gravado
por Linda Batista
Acompanhamento
de Regional
Disco
Victor 80-0196-A, matriz S-052964-1
Gravado
em 18 de maio de 1944 e lançado em agosto de 1944
TERRA
DE IOIÔ
Samba
de Russo do Pandeiro e Ari Monteiro
Gravado
por Linda Batista
Acompanhamento
de Regional
Disco
Victor 80-0196-B, matriz S-052965-1
Gravado
em 18 de maio de 1944 e lançado em agosto de 1944
COITADO
DO EDGAR
Samba
de Benedito Lacerda e Haroldo Lobo
Gravado
por Linda Batista
Acompanhamento
de Regional
Disco
Victor 80-0248-A, matriz S-078084-1
Gravado
em 06 de novembro de 1944 e lançado em janeiro de 1945
Agradecimento ao Arquivo Nirez
Nenhum comentário:
Postar um comentário