![]() |
| ARACY CÔRTES Illustração Moderna, 1924 http://memoria.bn.br/ |
Há 100 anos, no ano
de 1925, ARACY CÔRTES fazia suas primeiras gravações em disco, pela Casa
Edison, no Rio de Janeiro.
O ano de 1925 foi,
de certa forma, agitado para a jovem atriz e cantora Aracy Côrtes.
Tendo estreado
profissionalmente no Teatro de Revista em 31 de dezembro de 1921, na revista “Nós,
Pelas Costas”, ela vinha atuando com constância nesse gênero e conquistando
respeito e reconhecimento por parte do público e da crítica.
Em 1925 já era uma
artista famosa, com apenas 21 anos de idade.
No início do ano, a
artista ficou fora dos palcos por um período, devido a uma enfermidade,
amplamente notificada nos jornais. Aracy Côrtes retornaria à cena em 13 de
fevereiro de 1925, na peça “O Baliza” estreada no Theatro São José.
Entre outras peças
que ela estreou no ano de 1925, estão, “Verde e Amarelo”, estreada em 27 de
março de 1925 no Theatro São José, da Empresa Paschoal Segreto, no Rio de
Janeiro. Aracy Côrtes interpretou uma “Hespanhola” e “Ave do Paraíso”, sendo
uma das “Compères” da peça, ou seja, uma das mestres de cerimônia.
No final de maio, Aracy
Côrtes deixa a empresa Paschoal Segreto, dona do Theatro São José, onde era a
estrela. No mês seguinte, ela moveria um processo contra o empresário Paschoal
Segreto, sendo o caso muito difundido na imprensa.
Ela tentaria fundar
uma Companhia própria, mas, ao que parece, passou a trabalhar na empresa de
Jardel Jércolis, a Tro-Ló-Ló.
Nessa Companhia,
atuaria, entre outras, em revistas como “Fora do Sério” e “Fla X Flu”, ainda em
1925, levadas à cena no Teatro Glória.
Talvez devido ao seu
sucesso e projeção em sua carreira, Aracy Côrtes tenha sido convidada a gravar
discos na lendária Casa Edison, nossa primeira gravadora, que lançava os discos
Odeon Record.
Na Casa Edison, ela
gravou três músicas, em dois discos: “Serenata de Toselli”, de E. Toselli,
disco Odeon Record 122.820; “A Casinha”, de Pedro de Sá Pereira e Luiz Peixoto,
disco Odeon Record 122.884, e “Petropolitana”, de Adalberto de Carvalho, disco 122.885.
Já ouvi falar que
ela havia gravado também “Ave Maria”, de Schubert, porém, não encontrei
registros dessa gravação.
Por esse tempo,
havia os locutores da Casa Edison que anunciavam o intérprete e a música, antes
desta se iniciar. Aracy Côrtes foi anunciada como “A Graciosa Estrela
Brasileira, Aracy Côrtes”. A voz que a anuncia se parece muito com a do cantor
Fernando.
Ela foi acompanhada
pelo Jazz Band Sul Americano de Romeu Silva, do qual Fernando era crooner.
Em 1929, Margarida
Max, outra estrela do Teatro de Revista, fez quatro gravações em discos. Já era
a época das gravações elétricas, sem os locutores antes da música. Porém,
Margarida Max é anunciada como “Estrela Margarida Max, Ídolo da Plateia Carioca”.
Até nossos dias,
chegaram duas gravações pioneiras de Aracy Côrtes.
“A Casinha”, canção
original de Othon e Lera, em adaptação de Luiz Peixoto e Pedro de Sá Pereira. Foi
lançada em 1924, por Aracy, na peça “Secos e Molhados”, fazendo muito sucesso.
Seria regravada várias vezes por cantores como Sylvio Vieira, Vicente Celestino
e Gastão Formenti.
“Petropolitana”,
canção de Adalberto de Carvalho, foi lançada com muito sucesso em 1914, pela
atriz e cantora Pepa Delgado, na peça “Por Trás da Cortina”. Pepa não gravou a
canção, cabendo isso à Aracy Côrtes em 1925.
Confiram as
gravações de Aracy Côrtes em sua estreia nos discos, há 100 anos.
A
CASINHA
![]() |
| Acervo de Gilberto Inácio Gonçalves |
Canção
de Othon e Lara, em adaptação de Luiz Peixoto e Pedro de Sá Pereira
Gravada
por Aracy Côrtes
Acompanhamento
do Jazz Band Sul Americano de Romeu Silva
Disco Odeon
Record 122.884
Lançado
em 1925
Você
sabe de onde eu venho?
De uma
casinha que eu tenho
Fica dentro
de um pomar.
É uma
casa pequenina
Lá no
alto da colina
De onde
se ouve, longe, o mar.
Entre
as palmeiras bizarras
Cantam todas
as cigarras
Sob o
pó de ouro do sol.
Do beiral
desse horizonte
No jardim
canta uma fonte
E, na
fonte, há um caracol.
Quando eu
vejo lá da estrada
A casinha
abandonada
Sinto n´alma
não sei quê.
Como é
triste a natureza
Anda em
tudo uma tristeza
Com saudades
de você.
Você,
que é minha amiguinha,
Venha ver
minha casinha
Minha Santa,
meu pomar
Que o
meu cavalo é ligeiro
Dá uma
légua do outeiro
Chega a
tempo de voltar.
Mas se
acaso anoitecer
O que
pode acontecer
Que será
de mim, depois
A casinha
pequenina
Lá do
alto da colina
Chega bem
para nós dois.
PETROPOLITANA
![]() |
| Acervo de Gilberto Inácio Gonçalves |
Canção
Brasileira de Adalberto de Carvalho
Gravada
por Aracy Côrtes
Acompanhamento
do Jazz Band Sul Americano de Romeu Silva
Disco Odeon
Record 122.885
Lançado
em 1925
Petrópolis
linda és brasileira
Oh! minha
terra
Tu és
tão bella e tão faceira
E ahi na
serra
Moram
Cupido e Deusa Flóra
Que
ruído chora
Com os
perfumes e mil odores
Que se
exalam d´entre as flôres.
Petropolitana
És a
flôr mais gentil
Tão
linda serrana
Ai, só
tem o Brasil.
Petrópolis
santa és peregrina
Tu és
rainha
Tens
alma pura e christalina
Qual
cascatinha
Em que
deslisa amor fecundo
Pedro
segundo
Deu-te
vida e realeza
Poetizou
co´a natureza.
RECORTES SOBRE ARACY CÔRTES
![]() |
| Jornal do Brasil, 13 de fevereiro de 1925, p.15 https://memoria.bn.gov.br/ |
![]() |
| Gazeta de Notícias, 14 de fevereiro de 1925, p.4 https://memoria.bn.gov.br/ |
![]() |
| Correio da Manhã, 21 de outubro de 1925, p.6 https://memoria.bn.gov.br/ |
![]() |
| Gazeta de Notícias, 14 de fevereiro de 1925, p.12 https://memoria.bn.gov.br/ |
![]() |
| O Paiz, 27 de março de 1925, p.7 https://memoria.bn.gov.br/ |
![]() |
| Correio da Manhã, 28 de outubro de 1925, p.12 https://memoria.bn.gov.br/ |
![]() |
| O Jornal, 04 de dezembro de 1925, p.11 https://memoria.bn.gov.br/ |
Agradecimento a Gilberto Inácio Gonçalves e ao Arquivo Nirez
Canais do YouTube:
Arquivo Confraria do Chiado
Som em Bom Tom





.jpeg)
.jpg)
.jpeg)
.jpg)
.jpeg)
.jpeg)
.jpeg)
Nenhum comentário:
Postar um comentário